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O PODER DO CRIME
Folgas e licenças são canceladas; "não podemos ignorar nenhuma ameaça, para não sermos surpreendidos", diz coronel
PM coloca 70 mil homens de prontidão
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Militar terá 70 mil homens de prontidão, a partir de hoje, até o fim do Carnaval, período
em que há risco de haver uma nova rebelião liderada pelo PCC
(Primeiro Comando da Capital)
nos presídios estaduais.
Policiais administrativos foram
convocados para o trabalho e folgas e licenças acabaram canceladas no Estado, segundo o comandante-geral da corporação, o coronel Rui César Melo. A corporação tem hoje 80 mil homens.
Segundo o coronel, a decisão de
cancelar folgas e licenças havia sido tomada antes da megarrebelião acontecer, no final de semana
passado, em razão do feriado. Depois da ação do PCC é que se decidiu pelo estado de prontidão.
""Não podemos ignorar nenhuma ameaça, para não sermos surpreendidos", disse o coronel.
Prontidão quer dizer que os
PMs estarão em casa cientes que a
qualquer momento, em caso de
emergência, serão chamados para
algum tipo de ação. Além disso,
há parte do efetivo dentro dos
quartéis, podendo ser mobilizado
como tropa de choque.
Organização
Cada região terá uma escala de
trabalho própria, voltada para a
segurança no Carnaval. ""Os policiais apenas serão mobilizados
para os presídios se houver problemas", afirmou Melo.
De acordo com o coronel, nenhum plano especial foi preparado para as penitenciárias. Não haverá PMs dentro das unidades, a
não ser nas muralhas, onde existe
vigilância feita pela corporação.
""Temos um planejamento para
situações de rebelião, que funcionou no final de semana."
No domingo, quando as primeiras revoltas estouraram, a PM
mobilizou 300 policiais para a Casa de Detenção e Penitenciária do
Estado, no complexo do Carandiru, zona norte de São Paulo. A
maioria deles era da tropa de choque, que fica prontidão na capital,
independente se há ou não emergências. No Estado, mais de 2.000
PMs agiram nas 29 unidades tomadas pelos presos rebelados.
No final de semana passado, a
Secretaria da Administração Penitenciária havia alertado a PM
sobre o risco de haver rebelião. Isso em razão da transferência dos
cinco líderes do PCC feita na sexta-feira. As autoridades só não
contavam com o tamanho do motim.
(ALESSANDRO SILVA)
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