São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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O PODER DO CRIME

Folgas e licenças são canceladas; "não podemos ignorar nenhuma ameaça, para não sermos surpreendidos", diz coronel

PM coloca 70 mil homens de prontidão

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar terá 70 mil homens de prontidão, a partir de hoje, até o fim do Carnaval, período em que há risco de haver uma nova rebelião liderada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) nos presídios estaduais.
Policiais administrativos foram convocados para o trabalho e folgas e licenças acabaram canceladas no Estado, segundo o comandante-geral da corporação, o coronel Rui César Melo. A corporação tem hoje 80 mil homens.
Segundo o coronel, a decisão de cancelar folgas e licenças havia sido tomada antes da megarrebelião acontecer, no final de semana passado, em razão do feriado. Depois da ação do PCC é que se decidiu pelo estado de prontidão.
""Não podemos ignorar nenhuma ameaça, para não sermos surpreendidos", disse o coronel.
Prontidão quer dizer que os PMs estarão em casa cientes que a qualquer momento, em caso de emergência, serão chamados para algum tipo de ação. Além disso, há parte do efetivo dentro dos quartéis, podendo ser mobilizado como tropa de choque.

Organização
Cada região terá uma escala de trabalho própria, voltada para a segurança no Carnaval. ""Os policiais apenas serão mobilizados para os presídios se houver problemas", afirmou Melo.
De acordo com o coronel, nenhum plano especial foi preparado para as penitenciárias. Não haverá PMs dentro das unidades, a não ser nas muralhas, onde existe vigilância feita pela corporação.
""Temos um planejamento para situações de rebelião, que funcionou no final de semana."
No domingo, quando as primeiras revoltas estouraram, a PM mobilizou 300 policiais para a Casa de Detenção e Penitenciária do Estado, no complexo do Carandiru, zona norte de São Paulo. A maioria deles era da tropa de choque, que fica prontidão na capital, independente se há ou não emergências. No Estado, mais de 2.000 PMs agiram nas 29 unidades tomadas pelos presos rebelados.
No final de semana passado, a Secretaria da Administração Penitenciária havia alertado a PM sobre o risco de haver rebelião. Isso em razão da transferência dos cinco líderes do PCC feita na sexta-feira. As autoridades só não contavam com o tamanho do motim. (ALESSANDRO SILVA)





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