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Liga incentiva coreografia nas baterias do Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O Carnaval de 2006 já tem uma
polêmica garantida: as coreografias das baterias. O presidente da
Liesa (Liga das Escolas de Samba), Capitão Guimarães, orientou
as escolas a criarem efeitos com
suas baterias, mas os jurados do
quesito nem sempre aprovam essas inovações.
"O Capitão Guimarães quer que
a gente faça alguma coisa, mas os
jurados têm tirado nota. Eu acho
que minha obrigação é manter o
ritmo da escola. Só que a gente
precisa se adaptar para a garotada
não dizer que estamos velhos",
diz mestre Louro, 31 anos de Salgueiro e desde o ano passado na
Caprichosos de Pilares. Ele conta
que tem ensaiado cinco efeitos.
Primeiro o ritmo
Odilon Costa, um dos mais respeitados mestres de bateria, é adversário tradicional das paradinhas e dos efeitos cênicos. "Sou fã
do bom ritmo. Até faço [algum
efeito] para não dizerem que não
fiz, mas não sou fã disso. Por
mim, não teria. Eu ganho 10 é pelo
bom andamento. Tirar ponto é fácil", afirma o mestre da Grande
Rio, 48 de idade e 38 de samba.
Mesmo a Beija-Flor, que tem
anunciado uma "explosão" da bateria ao longo do desfile, não tem
um mestre que morra de amores
pelas coreografias.
"Não posso pôr em risco a escola por causa de uma vaidade pessoal. Não tenho esse direito. Meu
compromisso é com o ritmo do
samba. Meu compromisso é com
a vitória", diz mestre Paulinho,
50, há nove anos à frente da bateria da Beija-Flor. Sobre a explosão, ele conta que seus ritmistas
pararão de tocar e criarão o efeito
ao retomar a batida.
Funk
Inventor da "paradinha funk"
no Carnaval de 1997, quando a Viradouro foi campeã, Jorjão, hoje
na Imperatriz, é o mestre mais famoso dentre os que gostam de
criar efeitos especiais.
"Não podemos deixar de arriscar. [Os efeitos] ajudam o espetáculo. Estou ensaiando oito paradas e três coreografias", anuncia
ele, 53, que já perdeu pontos em
outros anos por causa das suas invenções.
Mangueira
O mangueirense Marrom, 28,
da ala jovem dos mestres, criou
polêmica no ano passado ao comandar uma paradinha. A bateria
da Mangueira é uma das mais tradicionais e não tem esse tipo de
ousadia como costume.
"A orientação da liga é essa [para criar efeitos]. É até uma obrigação. Mas minha idéia é alcançar o
bom ritmo. Se algo der errado na
coreografia, mas o ritmo não desandar, tudo bem. Não pode é desandar", diz ele, que ensaiou até
debaixo de chuva, na terça-feira,
para não errar.
Além da paradinha, os ritmistas
de um lado da bateria trocarão de
lugar com os do outro no decorrer do desfile.
(LFV)
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