São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2007

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Congonhas inicia reforma de pista na 3ª

Proibição a pousos de grandes aeronaves foi revogada pela Justiça; pista auxiliar de aeroporto ficará interditada por 120 dias

Durante a reforma, aeroporto de Congonhas perderá 15% de seus 638 vôos a cada dia e terá uma limitação de 38 por hora

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região revogou a ameaça de veto aos pousos de três modelos de grandes aeronaves em Congonhas a partir de segunda-feira, mas a rotina dos passageiros ainda ficará afetada pelo início da reforma de uma das duas pistas do aeroporto mais movimentado do Brasil.
Na terça-feira, começarão as obras para a recuperação da pista auxiliar de Congonhas -medida que levará à interdição dela durante 120 dias e ao remanejamento de uma parcela dos aviões para Guarulhos.
Os primeiros a serem transferidos serão os vôos "charter", fretados por agências de turismo e que representam 5% do movimento do aeroporto.
O setor de táxi-aéreo, que hoje chega a fazer 170 movimentos por dia em Congonhas, terá um limite 40% inferior, de 101 pousos e decolagens.
O aeroporto paulistano, no balanço geral, deve perder 15% de seus 638 vôos a cada dia e terá uma limitação de 38 por hora, 20% inferior à de hoje.
Denise Abreu, diretora da Anac, disse ontem não esperar transtornos à maioria dos passageiros porque os vôos comerciais regulares serão mantidos, passando somente por uma nova redistribuição horária.
Mas setores das aviação reconhecem a possibilidade de cancelamentos e atrasos em maior quantidade devido à diminuição temporária da capacidade.
A TAM informou que, dos seus 313 vôos em Congonhas, 68 (22%) terão alterações de horário. As freqüências de 10 vôos (3%) da companhia aérea que eram operados de cinco a seis dias por semana também vão mudar -passando a ser realizados de seis a sete dias.
"É um período com menos feriados e sem tanta chuva. Se houver necessidade de remanejamento para Guarulhos, vai ser pouca coisa e estamos prontos", disse Edgard Brandão Júnior, superintendente da Infraero (que administra os aeroportos) na Regional Sudeste.

Horário
A diretora da Anac afirmou que, no plano emergencial definido com as empresas aéreas, será adotado um horário de funcionamento do aeroporto até a 0h30, e não até as 23h.
Na decisão de anteontem à noite que liberou a operação dos Fokkers-100 e Boeings 737/700 e 737/800 em Congonhas, porém, a desembargadora Cecília Marcondes, do TRF da 3ª Região, escreveu que deve haver "a vedação de ampliação do horário de funcionamento do aeroporto internacional de Congonhas após as 23h".
A assessoria de imprensa da Anac afirma interpretar a decisão como determinação válida somente para situações normais -e não emergenciais, como nas obras da pista auxiliar.
A ameaça de veto à operação dos três modelos de grandes aviões no aeroporto colocava em xeque a reforma da pista auxiliar a partir de terça-feira.
A liberação pela desembargadora ocorreu depois de receber explicações da Anac sobre os pesos máximos que esses aviões poderão movimentar e quanto da pista utilizam.
Ela cobrava as informações devido à posição do Ministério Público Federal e de um juiz que viram problemas de segurança que já teriam motivado acidentes anteriores na pista.
A preocupação se devia ao fato de não haver espaço para os pousos desses aviões -argumento contestado por laudos.
Ficaram mantidas as medidas de segurança de fechar o aeroporto quando a chuva provocar uma lâmina de água na pista igual ou superior a 3 mm.
As restrições motivadas pelas obras da pista auxiliar de Congonhas (que visam melhorar a qualidade do asfalto, e não ampliar seu tamanho) provocaram reações diversas no setor.
A Braztoa, que representa os operadores de turismo, disse que a transferência dos vôos fretados não é negativa porque, ao menos, haverá uma definição mais clara para os passageiros sobre onde embarcar.
Adalberto Febeliano, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral, considera a medida prejudicial, mas inevitável para melhorar as pistas.
Fernando Alberto, superintendente do sindicato das empresas de táxi-aéreo, diz que a categoria será "muito prejudicada" justamente nos "horários que os empresários mais precisam do nosso serviço".


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