|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Congonhas inicia reforma de pista na 3ª
Proibição a pousos de grandes aeronaves foi revogada pela Justiça; pista auxiliar de aeroporto ficará interditada por 120 dias
Durante a reforma, aeroporto de Congonhas perderá 15% de seus 638 vôos a cada dia e terá uma limitação de 38 por hora
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal Regional Federal
da 3ª Região revogou a ameaça
de veto aos pousos de três modelos de grandes aeronaves em
Congonhas a partir de segunda-feira, mas a rotina dos passageiros ainda ficará afetada
pelo início da reforma de uma
das duas pistas do aeroporto
mais movimentado do Brasil.
Na terça-feira, começarão as
obras para a recuperação da
pista auxiliar de Congonhas
-medida que levará à interdição dela durante 120 dias e ao
remanejamento de uma parcela dos aviões para Guarulhos.
Os primeiros a serem transferidos serão os vôos "charter",
fretados por agências de turismo e que representam 5% do
movimento do aeroporto.
O setor de táxi-aéreo, que hoje chega a fazer 170 movimentos por dia em Congonhas, terá
um limite 40% inferior, de 101
pousos e decolagens.
O aeroporto paulistano, no
balanço geral, deve perder 15%
de seus 638 vôos a cada dia e terá uma limitação de 38 por hora, 20% inferior à de hoje.
Denise Abreu, diretora da
Anac, disse ontem não esperar
transtornos à maioria dos passageiros porque os vôos comerciais regulares serão mantidos,
passando somente por uma nova redistribuição horária.
Mas setores das aviação reconhecem a possibilidade de cancelamentos e atrasos em maior
quantidade devido à diminuição temporária da capacidade.
A TAM informou que, dos
seus 313 vôos em Congonhas,
68 (22%) terão alterações de
horário. As freqüências de 10
vôos (3%) da companhia aérea
que eram operados de cinco a
seis dias por semana também
vão mudar -passando a ser
realizados de seis a sete dias.
"É um período com menos
feriados e sem tanta chuva. Se
houver necessidade de remanejamento para Guarulhos, vai
ser pouca coisa e estamos prontos", disse Edgard Brandão Júnior, superintendente da Infraero (que administra os aeroportos) na Regional Sudeste.
Horário
A diretora da Anac afirmou
que, no plano emergencial definido com as empresas aéreas,
será adotado um horário de
funcionamento do aeroporto
até a 0h30, e não até as 23h.
Na decisão de anteontem à
noite que liberou a operação
dos Fokkers-100 e Boeings
737/700 e 737/800 em Congonhas, porém, a desembargadora Cecília Marcondes, do TRF
da 3ª Região, escreveu que deve
haver "a vedação de ampliação
do horário de funcionamento
do aeroporto internacional de
Congonhas após as 23h".
A assessoria de imprensa da
Anac afirma interpretar a decisão como determinação válida
somente para situações normais -e não emergenciais, como nas obras da pista auxiliar.
A ameaça de veto à operação
dos três modelos de grandes
aviões no aeroporto colocava
em xeque a reforma da pista auxiliar a partir de terça-feira.
A liberação pela desembargadora ocorreu depois de receber
explicações da Anac sobre os
pesos máximos que esses
aviões poderão movimentar e
quanto da pista utilizam.
Ela cobrava as informações
devido à posição do Ministério
Público Federal e de um juiz
que viram problemas de segurança que já teriam motivado
acidentes anteriores na pista.
A preocupação se devia ao fato de não haver espaço para os
pousos desses aviões -argumento contestado por laudos.
Ficaram mantidas as medidas de segurança de fechar o aeroporto quando a chuva provocar uma lâmina de água na pista
igual ou superior a 3 mm.
As restrições motivadas pelas obras da pista auxiliar de
Congonhas (que visam melhorar a qualidade do asfalto, e não
ampliar seu tamanho) provocaram reações diversas no setor.
A Braztoa, que representa os
operadores de turismo, disse
que a transferência dos vôos
fretados não é negativa porque,
ao menos, haverá uma definição mais clara para os passageiros sobre onde embarcar.
Adalberto Febeliano, presidente da Associação Brasileira
de Aviação Geral, considera a
medida prejudicial, mas inevitável para melhorar as pistas.
Fernando Alberto, superintendente do sindicato das empresas de táxi-aéreo, diz que a
categoria será "muito prejudicada" justamente nos "horários
que os empresários mais precisam do nosso serviço".
Texto Anterior: Cratera do Metrô: Mais famílias vão se mudar para hotel Próximo Texto: Infraero fará próxima obra sem licitação Índice
|