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Multas por velocidade crescem 70% em SP
Infração foi a que mais subiu entre as mais comuns; desde 2008, número de radares em operação saltou de 300 para 450
Aumento da fiscalização eletrônica na gestão Kassab ainda está em curso; nos próximos meses, serão mais 120 novos equipamentos
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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Caminhão (à dir.) comete infração ao seguir pela faixa esquerda
ALENCAR IZIDORO
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um intervalo de seis meses, Renato dos Santos Marostica, 29, levou sete multas por
excesso de velocidade em vias
de São Paulo por onde sempre
passou. Só se deu conta de que
havia novos radares nesse circuito quando os boletos chegaram em casa. "O pior é que foi
quase tudo por uma diferença
de menos de 10 km/h", diz.
A fiscalização mais severa
também surpreendeu outros
motoristas que aceleram além
da conta nas ruas da capital
paulista. No ano passado, as
multas de trânsito bateram recorde na cidade e as por excesso de velocidade subiram mais
que a média: 70%.
O aumento de 902 mil para
1,54 milhão de veículos flagrados por ano acima do que permite a sinalização foi motivado
principalmente pela expansão
da fiscalização eletrônica pela
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
De 2008 para cá, a quantidade de radares em operação saltou de 300 para 450, e eles cada
vez têm mais funções (além da
velocidade, há os que fiscalizam
avanço de semáforo vermelho,
invasão de faixa de ônibus, rodízio e até conversão proibida).
A difusão dos equipamentos
pela gestão Gilberto Kassab
(DEM) ainda está em curso
-nos próximos meses, mais de
120 novos vão para as ruas.
Em 2009, a CET arrecadou
cerca de R$ 40 milhões mensais com multas. Essa receita é
revertida para despesas da própria companhia e, em parte,
destinada à manutenção e implantação de mais radares.
Obrigação legal
O aperto da fiscalização no
trânsito tem a aprovação majoritária de especialistas não só
por ser uma obrigação legal,
mas por ajudar na redução de
acidentes. Vários estudos já indicaram que os radares contribuem para diminuir mortes.
Há diversas ressalvas, porém,
à maneira como eles são implantados. Alguns técnicos criticam a falta de avisos mais ostensivos (placas, campanhas
educativas) de que a fiscalização está mais rígida.
Existem ainda questionamentos aos limites em algumas
vias, cujos critérios podem confundir motoristas. O taxista Renice Isac de Oliveira, 59, diz que
se confunde com variações de
velocidade máxima de uma hora para outra. "Você está indo
em uma velocidade, dentro do
limite, e ele muda do nada.
Acho isso uma armadilha."
Nelson Ferreira da Silva, 48,
também taxista, conta que já levou uma multa por causa disso.
"Subi a 60 km/h e, em um trecho, ela mudou para 50 km/h.
Passei no radar."
Das cinco multas mais comuns em São Paulo, a por excesso de velocidade foi a que
mais cresceu no ano passado. A
liderança no ranking, no entanto, ainda é a por desrespeito ao
rodízio. E a maior, disparada
(aumento de mais de 13 vezes),
foi das infrações contra caminhões e ônibus que desobedecem a obrigação de ficar nas faixas da direita em vias como as
marginais Tietê e Pinheiros.
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