São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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Multas por velocidade crescem 70% em SP

Infração foi a que mais subiu entre as mais comuns; desde 2008, número de radares em operação saltou de 300 para 450

Aumento da fiscalização eletrônica na gestão Kassab ainda está em curso; nos próximos meses, serão mais 120 novos equipamentos

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Caminhão (à dir.) comete infração ao seguir pela faixa esquerda

ALENCAR IZIDORO
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um intervalo de seis meses, Renato dos Santos Marostica, 29, levou sete multas por excesso de velocidade em vias de São Paulo por onde sempre passou. Só se deu conta de que havia novos radares nesse circuito quando os boletos chegaram em casa. "O pior é que foi quase tudo por uma diferença de menos de 10 km/h", diz.
A fiscalização mais severa também surpreendeu outros motoristas que aceleram além da conta nas ruas da capital paulista. No ano passado, as multas de trânsito bateram recorde na cidade e as por excesso de velocidade subiram mais que a média: 70%.
O aumento de 902 mil para 1,54 milhão de veículos flagrados por ano acima do que permite a sinalização foi motivado principalmente pela expansão da fiscalização eletrônica pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
De 2008 para cá, a quantidade de radares em operação saltou de 300 para 450, e eles cada vez têm mais funções (além da velocidade, há os que fiscalizam avanço de semáforo vermelho, invasão de faixa de ônibus, rodízio e até conversão proibida).
A difusão dos equipamentos pela gestão Gilberto Kassab (DEM) ainda está em curso -nos próximos meses, mais de 120 novos vão para as ruas.
Em 2009, a CET arrecadou cerca de R$ 40 milhões mensais com multas. Essa receita é revertida para despesas da própria companhia e, em parte, destinada à manutenção e implantação de mais radares.

Obrigação legal
O aperto da fiscalização no trânsito tem a aprovação majoritária de especialistas não só por ser uma obrigação legal, mas por ajudar na redução de acidentes. Vários estudos já indicaram que os radares contribuem para diminuir mortes.
Há diversas ressalvas, porém, à maneira como eles são implantados. Alguns técnicos criticam a falta de avisos mais ostensivos (placas, campanhas educativas) de que a fiscalização está mais rígida.
Existem ainda questionamentos aos limites em algumas vias, cujos critérios podem confundir motoristas. O taxista Renice Isac de Oliveira, 59, diz que se confunde com variações de velocidade máxima de uma hora para outra. "Você está indo em uma velocidade, dentro do limite, e ele muda do nada. Acho isso uma armadilha."
Nelson Ferreira da Silva, 48, também taxista, conta que já levou uma multa por causa disso. "Subi a 60 km/h e, em um trecho, ela mudou para 50 km/h. Passei no radar."
Das cinco multas mais comuns em São Paulo, a por excesso de velocidade foi a que mais cresceu no ano passado. A liderança no ranking, no entanto, ainda é a por desrespeito ao rodízio. E a maior, disparada (aumento de mais de 13 vezes), foi das infrações contra caminhões e ônibus que desobedecem a obrigação de ficar nas faixas da direita em vias como as marginais Tietê e Pinheiros.


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