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Vídeo do caso da escrivã abre crise na Polícia Civil de SP
Corregedora foi pressionada a deixar o cargo durante reunião do conselho ontem
DE SÃO PAULO
A divulgação do vídeo que
mostra delegados da Corregedoria da Polícia Civil de SP
tirando à força a calça e a calcinha de uma escrivã durante uma revista abriu uma crise dentro da instituição.
Durante a reunião semanal do Conselho da Polícia
Civil, na manhã de ontem, a
corregedora-geral Maria Inês
Trefiglio Valente, que apoiou
a ação dos quatro delegados
corregedores que investigaram a escrivã V., foi pressionada publicamente a deixar
o cargo por 5 dos 23 delegados da cúpula da instituição,
segundo apurou a Folha.
A corregedora foi procurada ontem pela reportagem,
mas não quis se manifestar.
A crise interna na Polícia
Civil foi impulsionada porque a divulgação da gravação da operação policial foi
destaque em todo o país. Os
envolvidos foram afastados.
O governador Geraldo
Alckmin (PSDB) afirmou,
após a divulgação das imagens, que o vazamento do vídeo na internet era "grave".
A pressão contra a corregedoria teve início em agosto
de 2009, quando o secretário
da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, desvinculou o órgão fiscalizador do
controle do delegado-geral e
o levou para seu gabinete.
Desde então, a corregedoria passou a intensificar a fiscalização da ação dos policiais, principalmente dos
que não são próximos do secretário e dos membros da
própria corregedoria.
Hoje, na Assembleia Legislativa, alguns deputados já
articulam para que a corregedoria volte para o controle do
delegado-geral.
O CASO
Em junho de 2009, a escrivã V. foi alvo de uma ação da
corregedoria no 25º DP (Parelheiros). Ela foi acusada de
cobrar R$ 200 de propina para favorecer um suspeito de
portar munição.
Na investigação, eles negaram ter cometido qualquer
abuso. A escrivã foi expulsa
da polícia e agora tenta reverter a decisão.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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