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AVIAÇÃO
Pista do aeroporto deverá passar por obras ainda neste ano; DAC diz que condições de operação são normais
Congonhas pode ter redução de vôos de 600 para 400 ao dia
DA REPORTAGEM LOCAL
O acidente com um avião da
BRA que derrapou em Congonhas reabriu as discussões sobre a
situação da pista do aeroporto.
Em meio às especulações sobre
as causas que levaram à perda de
controle da aeronave, a Infraero
(Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) também
voltou a anunciar que vai reduzir
a quantidade de pousos e decolagens no local -alvo de críticas
constantes pelos riscos à segurança e transtornos a moradores.
Segundo a assessoria de imprensa da Infraero, uma reunião
marcada para terça-feira vai decidir sobre a diminuição do número de vôos em Congonhas, de 600
para 400 movimentos/dia.
Ao mesmo tempo em que as
instalações para passageiros têm
sido alvo de investimentos, a situação da pista e de seu sistema de
drenagem foi alvo de algumas reclamações de pilotos no começo
do ano, que temiam aquaplanagem (quando os pneus perdem
contato com a pista).
A formalização de duas contestações em 2006 levou uma comissão de diversos órgãos a discutir
esse tema no Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias).
"Os pilotos relataram dificuldades de frenagem na pista. Mas a
Infraero apresentou um teste
dentro de parâmetros normais",
disse Ronaldo Jenkins, coordenador da comissão de segurança de
vôo da entidade.
Segundo a assessoria da Infraero, a pista deve passar por obras
ainda neste ano, mas a reunião de
terça-feira vai definir sobre a
quantidade de vôos no local.
Adalberto Febeliano, vice-presidente executivo da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), diz que a pista de Congonhas
tem um sistema adequado para
evitar que a água da chuva acumule, mas que as condições podem ter contribuído para que a
aeronave da BRA derrapasse, assustando os 115 passageiros.
"O acidente deve ter sido resultado de uma cadeia de eventos. Se
a pista fosse determinante, outros
aviões teriam tido algum problema", disse Febeliano.
O engenheiro aeronáutico Ozires Silva, que foi presidente da
Embraer durante 20 anos, avalia
que a derrapagem do avião da
BRA foi um incidente.
Segundo ele, a pista de pouso do
aeroporto é boa e não tem problemas de drenagem. "Nem todos os
acidentes têm uma explicação."
O DAC (Departamento de Aviação Civil) informou ontem, via assessoria, que a última inspeção no
aeroporto aconteceu no dia 6 e
que a pista foi encontrada em perfeitas condições operacionais.
De acordo com Carlos Camacho, diretor de segurança de vôo
do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a pista de Congonhas
apresenta plenas condições.
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