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GUARAPIRANGA E BILLINGS
São Paulo cria guarda ambiental para proteger áreas de manancial
Leonardo Wen - 5.mar.2007/Folha Imagem
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Invasão na represa Billings; Guarda Ambiental fiscalizará as áreas de mananciais para evitar novas ocupações irregulares
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
criou ontem a Guarda Ambiental, que irá atuar na área dos
mananciais Guarapiranga e Billings, na zona sul da cidade. O
objetivo principal é evitar novas invasões e prevenir crimes
contra o meio ambiente.
Inicialmente, serão 96 guardas na função. Em abril, esse
número passará para 200. Para
fiscalizar a região, os guardas
terão 12 carros e 24 motos, que
serão divididos entre as subprefeituras da área (Capela do
Socorro, M" Boi Mirim, Cidade
Ademar e Parelheiros).
Os guardas também receberão treinamento de 80 horas
sobre flora, fauna, caça e uso da
água na área dos mananciais.
As aulas ficarão a cargo da Polícia Militar Ambiental e da Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente. A criação da guarda
ambiental faz parte de uma
operação da prefeitura chamada "Defesa das Águas".
Guardas civis metropolitanos ouvidos pela Folha anteontem reclamam da falta de infra-estrutura na base localizada em
Parelheiros, na Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos. No total, 59 guardas ficavam nesse posto da GCM. Segundo eles, o trabalho, que chegou a ser feita com o auxílio de
oito veículos, hoje é realizado
apenas com um.
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) afirmou que concordava
com as observações dos guardas e que, por isso, estava fazendo "ações para ir atrás do
prejuízo". "Isso mostra o acerto
de criar a guarda ambiental. Infelizmente, com 15 anos de
atraso. Eu lamento muito que
as administrações anteriores
não identificaram esse problema na cidade de São Paulo, não
priorizaram ações em defesa do
meio ambiente, em especial na
Guarapiranga", disse.
Para conscientizar a população e evitar que as pessoas sejam enganadas ao comprar terrenos na região, a prefeitura
iniciou a colocação de 120 placas para informar quais são as
áreas de preservação onde não
se pode construir. A prefeitura
comprou também um sistema
de fotos por satélite de alta definição, ao custo de R$ 210 mil,
para poder avaliar melhor as
invasões.
Remoção
Kassab negou que 30 mil pessoas serão removidas da área da
Guarapiranga -número de
pessoas em áreas consideradas
de risco ou de preservação divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Ele
afirmou que será feito um levantamento para verificar
quantas famílias precisarão
sair do local e quantas podem
ter a situação regularizada.
Lei para a Guarapiranga
Também ontem foi publicado ontem no Diário Oficial do
Estado a regulamentação da lei
da Guarapiranga -que estabelece critérios para a regularização de ocupações e instalação
de rede de esgoto em moradias
hoje sem saneamento na bacia.
A lei anterior, elaborada genericamente para todas as
áreas de proteção aos mananciais, não permitia a implementação de infra-estrutura nesses
locais (teoricamente, eles não
deveriam ser ocupados).
A lei específica da Guarapiranga havia sido sancionada em
janeiro do ano passado e até
agora aguardava a regulamentação. "A nova lei revogou a anterior e, como não tinha a regulamentação, estávamos no limbo absoluto. Houve uma certa
paralisia, ninguém sabia o que
fazer, nem os órgãos públicos
como o Dusm [Departamento
do Uso do Solo Metropolitano]
nem os empreendedores", disse o secretário estadual Xico
Graziano (Meio Ambiente).
"Isso destrava o processo, deixa
o jogo claro -ou melhor, deixa
jogar", afirmou.
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