O escolhido, Domingos Paulo Neto, colocou o cargo à disposição durante a greve da polícia após seu subordinado ser punido

Escolha foi elogiada por entidades de policiais civis; Paulo Neto entra no lugar de Maurício Freire, desgastado durante a greve de 58 dias

ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Num gesto de aproximação com as entidades de classe ligadas à Polícia Civil, o secretário da Segurança de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, anunciou ontem Domingos Paulo Neto como o novo delegado-geral.
Essa é a primeira mudança de Ferreira Pinto à frente da Segurança. Ele assumiu o cargo na quarta-feira após o advogado Ronaldo Marzagão pedir demissão por "motivos pessoais".
Paulo Neto substituirá na chefia da Polícia Civil o delegado Maurício Freire, desgastado desde a greve da categoria no ano passado, que durou 58 dias. Freire também vinha sendo criticado pelas entidades de classe, que pediam publicamente sua saída. Para elas, o delegado, além de não apoiar os colegas no movimento grevista, ainda puniu vários deles.
Já Paulo Neto ganhou simpatias quando colocou à disposição seu cargo de diretor do Dipol (departamento de inteligência) ao se recusar a assinar a remoção do delegado Sergio Roque, seu subordinado.
Roque, além de amigo de Paulo Neto, é presidente da Associação dos Delegados e uma das lideranças do movimento grevista. Ele foi transferido do Dipol por seu envolvimento com a paralisação.
Desde então, Paulo Neto estava atualmente no DAP (Departamento de Administração e Planejamento), sem ocupar cargo de chefia.
"Era isso que a gente queria: que a Polícia Civil fosse dirigida por gente capaz, como o Domingos. A partir de hoje, a Polícia Civil é outra. Os policiais vão trabalhar com mais afinco", afirmou Roque.
O presidente do Sindicato dos Delegados, José Leal, também elogiou a escolha de Paulo Neto, que classificou como "excelente". O presidente do Sindicato dos Investigadores, João Rebouças, disse que o nome agradou à classe. "O secretário parece que começou bem."
O novo comandante da Polícia Militar também deve ser anunciado nos próximos dias. O atual, o coronel Roberto Diniz entra, por força de lei, para a reserva no próximo dia 15, ao completar cinco anos no cargo de coronel. Ele deixa a função automaticamente.
O superintendente da Polícia Científica, Celso Perioli, permanecerá no cargo.


Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Perfil: Domingos Paulo neto já comandou o setor de homicídios
Índice