São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

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foco

Quarteirão na cracolândia que abrigará Teatro de Dança começa a ser demolido

LETICIA DE CASTRO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em frente à Sala São Paulo e à praça Júlio Prestes, no coração da cracolândia, começou ontem a demolição do quarteirão que dará lugar ao complexo cultural Teatro de Dança, cujo projeto arquitetônico tem assinatura da badalada dupla suíça Jacques Herzog e Pierre de Meuron .
A obra integra o projeto de revitalização da região, batizada Nova Luz, e compreende o quadrilátero delimitado pela rua Helvétia, as alamedas Dino Bueno e Barão de Piracicaba e a avenida Duque de Caxias.
Operando uma retroescavadeira, o governador José Serra derrubou o muro de um estacionamento que funcionava no local. "Derrubar é uma terapia", brincou o governador, ao saltar da cabine.
Sobrados residenciais, o Shopping Center Luz -antiga rodoviária- e o 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros são os outros prédios que irão ao chão nos próximos cinco meses, período que deve durar a demolição, estima a Secretaria da Cultura.
Apesar da aposta na revitalização, o secretário João Sayad reconhece que "a pobreza é tão grave que o Teatro da Dança, por si só, não resolve".
A construção do complexo cultural deve começar apenas em março do ano que vem, após processo de licitação. O governo calcula que o prédio deve ficar pronto em aproximadamente três anos.
Tanto Serra quanto Sayad ressaltaram em seus discursos as "dificuldades" para a implementação do projeto.
A contratação do escritório suíço sem licitação foi contestada pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), em representação no Ministério Público -já arquivada- e em ação popular na Justiça, em andamento.
Além disso, 6% dos imóveis que serão demolidos ainda não foram desapropriados.
Com cerca de 95 mil m2 de área construída, o teatro terá três espaços para espetáculos, com salas projetadas para dança, ópera, recitais e teatro. A obra está orçada em R$ 600 milhões, dos quais R$ 170 milhões virão da secretaria.

Discurso
Em tom de despedida, Serra ressaltou em seu discurso os feitos de sua gestão na área da cultura. "As obras culturais permanecem mais no tempo do que as de infraestrutura", disse, depois, em entrevista.
Com saída marcada para o dia 2 para concorrer à Presidência pelo PSDB, ele evitou definir a marca de sua gestão. "Como vou adivinhar como vou ser lembrado? Estou em plena vida, saudável."


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