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foco
Quarteirão na cracolândia que abrigará Teatro de Dança
começa a ser demolido
LETICIA DE CASTRO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em frente à Sala São Paulo e
à praça Júlio Prestes, no coração da cracolândia, começou
ontem a demolição do quarteirão que dará lugar ao complexo cultural Teatro de Dança, cujo projeto arquitetônico
tem assinatura da badalada
dupla suíça Jacques Herzog e
Pierre de Meuron .
A obra integra o projeto de
revitalização da região, batizada Nova Luz, e compreende o
quadrilátero delimitado pela
rua Helvétia, as alamedas Dino
Bueno e Barão de Piracicaba e
a avenida Duque de Caxias.
Operando uma retroescavadeira, o governador José
Serra derrubou o muro de um
estacionamento que funcionava no local. "Derrubar é
uma terapia", brincou o governador, ao saltar da cabine.
Sobrados residenciais, o
Shopping Center Luz -antiga
rodoviária- e o 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros são os outros prédios que
irão ao chão nos próximos
cinco meses, período que deve
durar a demolição, estima a
Secretaria da Cultura.
Apesar da aposta na revitalização, o secretário João Sayad reconhece que "a pobreza
é tão grave que o Teatro da
Dança, por si só, não resolve".
A construção do complexo
cultural deve começar apenas
em março do ano que vem,
após processo de licitação. O
governo calcula que o prédio
deve ficar pronto em aproximadamente três anos.
Tanto Serra quanto Sayad
ressaltaram em seus discursos as "dificuldades" para a
implementação do projeto.
A contratação do escritório
suíço sem licitação foi contestada pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), em representação no
Ministério Público -já arquivada- e em ação popular na
Justiça, em andamento.
Além disso, 6% dos imóveis
que serão demolidos ainda
não foram desapropriados.
Com cerca de 95 mil m2 de
área construída, o teatro terá
três espaços para espetáculos,
com salas projetadas para
dança, ópera, recitais e teatro.
A obra está orçada em R$ 600
milhões, dos quais R$ 170 milhões virão da secretaria.
Discurso
Em tom de despedida, Serra
ressaltou em seu discurso os
feitos de sua gestão na área da
cultura. "As obras culturais
permanecem mais no tempo
do que as de infraestrutura",
disse, depois, em entrevista.
Com saída marcada para o
dia 2 para concorrer à Presidência pelo PSDB, ele evitou
definir a marca de sua gestão.
"Como vou adivinhar como
vou ser lembrado? Estou em
plena vida, saudável."
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