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Ex-regional preso nega corrupção na Sé
da Reportagem Local
O engenheiro agrônomo João
Bento dos Santos Filho, ex-administrador regional da Sé (região
central de SP), negou todas as acusações feitas contra ele e disse que
nunca teve conhecimento da existência de um esquema de corrupção na Regional da Sé.
Apesar da falta de informações
sobre as atividades diárias de seus
subordinados, ele é insistente em
dizer que tinha pleno controle do
funcionamento da Sé e que nunca
recebeu ordens do ex-vereador e
deputado Hanna Garib (PPB).
"Quem mandava na Sé era eu,
João Bento. Nunca ouvi dizer que o
Garib era o padrinho da regional.
Ele (Garib) nunca mandou em
mim e, que eu saiba, nunca mandou em ninguém."
Bento foi preso temporariamente anteontem e depôs durante dez
horas ao delegado Maurício Corealli. O ex-regional deve ser ouvido novamente hoje. "Ele diz desconhecer crimes dos quais temos
provas materiais e defende muitos
réus confessos. Negando o inegável ele só complica sua situação",
diz o delegado Romeu Tuma Jr.
Bento foi denunciado (apontado
formalmente como suspeito pelo
Ministério Público) na sexta passada sob acusação de prevaricação
(deixar de cumprir função pública), concussão (exigir vantagem
para deixar de cumprir função pública) e formação de quadrilha.
"Nunca soube de corrupção na
Sé", repete Bento, que trabalhou 13
anos na regional, dois deles como
administrador. "O problema é que
o administrador vira saco de pancada para tudo", justifica.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Bento sabia que assessores da SAR exigiam propina do
representante da W.Sita, José Novaes Neto, para garantir-lhe exclusividade sobre a venda de barracas.
A denúncia afirma ainda que, assim como Alfredo Mário Savelli,
além de receber denúncias da extorsão, Bento visitou os bolsões e
viu as bancas da W.Sita ali instaladas, sem nada fazer.
Bento nega conhecer Novaes e
diz que nunca recebeu queixas sobra a existência de ameaças contra
os ambulantes que não quisessem
as barracas dele.
Outra denúncia refere-se ao esquema do lixo. De acordo com depoimento do ex-supervisor de Uso
e Ocupação do Solo da Sé, funcionários da Vega Ambiental apontavam o ex-regional como o destinatário inicial da propina paga pela
aprovação de planilhas irregulares. O ex-supervisor disse ainda
que recebia R$ 300 mensais para
assinar as planilhas sem fiscalizar
os serviços da Vega e afirmou que,
eventualmente, Bento o chamava
em sua sala e colocava diretamente
no seu bolso R$ 1.000 dizendo que
o montante referia-se a parte do
supervisor pelo esquema do lixo.
Bento diz apenas que o relato do
ex-supervisor é mentiroso.
(SÍLVIA CORRÊA)
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