São Paulo, quarta, 24 de março de 1999

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VIOLÊNCIA
Polícia acredita que uma das vítimas reagiu a assalto; foi o primeiro crime com morte da história da companhia
Dois são mortos a tiros em vagão do metrô

da Reportagem Local

Dois homens foram mortos, às 16h15 de ontem, dentro de um vagão de trem do metrô, na estação Sé. Foi o primeiro crime com vítimas fatais desde a inauguração do Metrô, em setembro de 74.
A polícia encontrou R$ 1.317,80 nos bolsos e na carteira de uma das vítimas, o escrevente de cartório Wladimir Lenine Affonso, 48. A segunda vítima, Julio Pedro Ferreira Filho, 20, deve ter sido morta por estar próxima da primeira.
Segundo o delegado Francisco Rodrigues Alves Filho, da Delegacia do Metrô, a possibilidade maior para o crime é que Lenine estivesse sendo seguido após sacar parte da quantia em uma agência bancária do centro.
"Ele deve ter reagido a uma abordagem desse desconhecido e entrou no trem na estação São Bento (linha norte-sul), sentido Jabaquara, que estava lotado, e não deve ter percebido a presença do ladrão no mesmo vagão", disse.
Segundo o delegado, funcionários da estação informaram que o vagão, com capacidade máxima para 500 pessoas, levava 400.
Segundo a única testemunha que foi até a polícia, Lenine sentou-se ao seu lado após entrar no vagão na Estação São Bento.
"Quando tocou a sirene de parada na estação Sé, o desconhecido parou em frente às vítimas e atirou, primeiro na cabeça do escrevente e depois no peito do Julio, que deve ter sido baleado porque fez um movimento brusco", disse o delegado, relatando o depoimento da testemunha.
Apesar dos detalhes da cena do crime, a testemunha diz que não teria capacidade de reconhecer o assassino, um homem branco, de cabelos claros, curtos, que vestia uma camiseta pólo branca.
O assassino teria fugido no meio do tumulto para o atendimento das vítimas. Sua imagem pode estar registrada no circuito interno do Metrô e a polícia deve solicitar as imagens à companhia. (MO)


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