São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

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Vandalismo atinge até aparelhos de posto da Telefônica

Segundo empresa, reparos consomem R$ 19,2 milhões ao ano; em posto da companhia, 6 orelhões não funcionam

Dos 250 mil telefones públicos do Estado de São Paulo, 25% sofrem algum tipo depredação, segundo a Telefônica

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Além do avanço da telefonia móvel, o vandalismo também diminui o uso dos orelhões. Quando o aposentado Antônio Silva, 58, por exemplo, precisa encontrar um aparelho funcionando, tem de andar, andar muito.
"Moro no Copan, no centro de São Paulo, e muitas vezes ando a avenida Ipiranga inteira atrás de um que complete as ligações", reclama.
O aposentado tem telefone celular, mas diz preferir os públicos. "Não gosto de andar com celular. Tenho um, mas costumo deixá-lo em casa. Prefiro usar os orelhões, mas eles estão cada vez mais depredados", afirma.
Com o cartão telefônico no bolso, Silva foi na semana passada ao posto da Telefônica da rua Sete de Abril, também no centro -após peregrinar atrás de um orelhão por ruas do centro da cidade.
O problema é que até dentro da Telefônica havia telefones quebrados. No posto onde estava Silva, a Folha contou 6 telefones públicos imprestáveis de um total de 38. Com isso, havia fila para usar os aparelhos do local.

REPAROS
Dos 250 mil telefones públicos do Estado de São Paulo, 25% deles sofrem algum tipo de depredação, segundo a Telefônica. Os reparos, diz a empresa, consomem R$ 19,2 milhões anuais.
A funcionária pública Kátia Nascimento Cruz, 38, trabalha na praça da Sé e diz já ter desistido de procurar orelhão que funcionasse.
"Ando sempre uns 15 minutos para achar um orelhão e até já desisti. Também acho perigoso falar ao telefone na rua", afirma Kátia.
A Folha testou 63 orelhões na região onde Kátia trabalha e 24 deles não estavam funcionando. Os defeitos encontrados vão desde aparelhos sem linha até telefones com fiação exposta.
Procurada pela reportagem, a Telefônica afirma que cinco telefones estão quebrados no posto da Sete de Abril e alegou que os aparelhos do local são utilizados com maior frequência e, por isso, estão mais sujeitos a problemas técnicos.
Em relação aos orelhões defeituosos da praça da Sé, a empresa diz que a região é mais sujeita a vandalismos e ressalta que o número de reclamações recebidas sobre aparelhos defeituosos está abaixo da meta da Anatel.
De acordo com as regras da agência, as reclamações de defeitos em telefones públicos não pode exceder oito a cada cem aparelhos. A Telefônica diz receber média de apenas 4,5 queixas .
A empresa informa também que enviou técnicos ao posto da rua Sete de Abril e à praça da Sé para consertar os telefones quebrados. (RM)


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