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ESTRANHOS NO PARAÍSO
Defesa de brasileiro nega confissão
Ironia pode ter levado à morte de estudante nos EUA, afirma polícia
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A polícia de Danbury (Estado
de Connecticut) trabalha com a
hipótese de que um comentário
irônico sobre o desempenho sexual de Saul dos Reis tenha levado
à morte da estudante Christina
Long. A confissão teria sido feita
na segunda-feira pelo brasileiro
aos investigadores do caso, que
pretendem utilizá-la em juízo.
O advogado do ex-garçom nega
que seu cliente tenha feito algum
tipo de confissão aos policiais.
"Estou preocupado com a quantidade de publicidade que o caso
vem atraindo e com o efeito que
isso vai ter na possibilidade de o
julgamento ser justo", disse Harold Pickerstein.
Segundo os policiais, na manhã
seguinte à prisão, Reis, 25, teria
dito que estrangulou a norte-americana Christina Long, 13, por
ela ter debochado de seu desempenho enquanto os dois faziam
sexo no carro do brasileiro, no estacionamento de um shopping da
cidade em que ela morava. A defesa alegará morte acidental.
O crime que o mantém na cadeia desde domingo à noite é o de
sedução de uma menor pela internet. O brasileiro ainda não foi
indiciado pelo assassinato.
"Os pais das colegas de Christina me perguntam por que ele ainda não foi indiciado pelo crime",
disse o prefeito de Danbury, Mark
Boughton. "Respondo que os
promotores estão levantando o
maior número possível de provas
para poderem pedir a pena de
morte", afirmou. Se considerado
culpado, Reis pode ser condenado à morte por injeção letal, pena
que não é aplicada em Connecticut desde 1960.
Hoje à tarde, o brasileiro ouve
de um tribunal federal em Bridgeport (Connecticut) se pode ser
solto sob fiança e qual o valor. O
mais provável é que permaneça
preso, por ser imigrante ilegal.
O funeral de Christina Long na
manhã de ontem reuniu 200 pessoas, entre parentes, amigos e jornalistas. "Não devemos julgar
Christina e sua família", disse o
reverendo Albert Audette. O pastor se referia à declaração do FBI
segundo a qual a estudante levava
uma "vida dupla".
De acordo com a polícia federal,
a garota usava seu site para marcar encontros sexuais com homens mais velhos.
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