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TRANSPORTES
Na campanha, gestão Alckmin vai destacar que implantou deslocamento livre há quatro anos na rede metrô/trem
Tucanos articulam resposta à vitrine petista
DA REPORTAGEM LOCAL
Se os petistas exaltam as vantagens do bilhete único como uma
de suas vitrines para a campanha
de Marta Suplicy, os tucanos também já têm um discurso afinado
para a campanha de José Serra à
Prefeitura de São Paulo: a orientação é lembrar que os deslocamentos livres por uma tarifa única já
existem há quatro anos no sistema de metrô e trem, tendo sido
um projeto de Covas/Alckmin.
O argumento é uma referência à
integração entre a malha de 270
km da CPTM e de 57,6 km do Metrô, possibilitando transferências
gratuitas em algumas estações, algo que deverá ser ampliado com a
entrega, às vésperas das eleições,
do projeto Integração Centro
-que interligará as seis linhas de
trem à linha 1-azul e à futura linha
4-amarela da rede metroviária.
Essa resposta é uma forma de
contornar as críticas à demora na
implantação do Metropass, um
cartão magnético que será um tipo de bilhete único do Estado para a rede de metrô, trem e ônibus
intermunicipais -podendo ser
usado ainda como um cartão de
crédito para pequenas compras.
"Eles estão tentando fazer há
uns dez anos", afirmou na última
semana Jilmar Tatto, secretário
dos Transportes de Marta Suplicy.
O secretário dos Transportes
Metropolitanos da gestão Alckmin, Jurandir Fernandes, nega esse tempo -"ele começou a ser
pensado faz oito anos"- e alega
que a prefeitura conseguiu fazer
seu sistema antes porque os equipamentos puderam ser adquiridos por operadores privados (viações e perueiros), sem a necessidade de licitação -enquanto a
rede sobre trilhos é operada diretamente pelo poder público.
"Poderia ter nascido junto, mas
a prefeitura teve essas facilidades.
Foi a diferença", afirma.
O cronograma de implantação
do Metropass, que permitirá a
aceitação do bilhete único, indica
que essa integração entre os dois
sistemas não será colocada totalmente em prática antes de setembro de 2006 -embora estejam
previsto os primeiros testes a partir de agosto de 2005.
O projeto prevê a concessão à
iniciativa privada, por 20 anos, de
um percentual da arrecadação do
transporte metropolitano, em
troca dos investimentos de R$ 150
milhões nesse cartão magnético.
Essa condição, pela qual não haverá custos ao Estado, é uma das
alegações de Fernandes para não
querer gastar R$ 14 milhões numa
adaptação que permitiria a integração imediata do bilhete único
-ele também alega que não há
disponibilidade de recursos e que,
mesmo se houvesse, teria de lançar uma concorrência para a
compra dos equipamentos, cujo
término poderia coincidir com a
implantação do Metropass.
Os técnicos da gestão Marta alegam que esse custo poderia ser reduzido caso o Estado fizesse a
adaptação só nas estações principais, com maiores índices de integração. "Estudamos alternativas
mais baratas que poderiam representar 40% do valor inicial", afirma José Aécio de Sousa, gerente
da SPTrans (empresa municipal
que cuida do transporte coletivo).
"Já houve um custo inicial da
gente no desenvolvimento da tecnologia e para fazer os testes, que
mostraram a viabilidade técnica",
reforça Cláudio Roberto Teixeira
Gomes, diretor-adjunto de tecnologia da informação do órgão.
Fernandes rebate a necessidade
de implantação imediata dos dois
sistemas. "Eles estão tentando nos
imputar uma deficiência que não
é justa. Será uma etapa seguinte.
Se fosse assim, eu poderia reclamar porque os ônibus não tinham
validadores eletrônicos que existem no metrô desde os anos 70."
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