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Serra diz que PM busca solução pacífica
Governador afirma que o empenho máximo na USP é pela negociação, "até porque não se trata de confronto entre facções"
Interlocutores do tucano dizem que o uso da força policial é o último recurso e que o governo tenta vencer os estudantes pelo cansaço
Hipólito Pereira/Agência O Globo
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Os governadores Sérgio Cabral, do Rio, e José Serra, de São Paulo, durante visita ao Corcovado |
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra afirmou ontem, no Rio, que a Polícia Militar está "empenhada
em uma solução pacífica" para
cumprir a ordem da Justiça de
reintegração de posse da reitoria da USP. Para Serra, a questão da desocupação da USP
"não é assunto de política do
governador", mas da polícia e
da Secretaria da Segurança.
Ele esteve no Rio para apoiar
a candidatura do Cristo Redentor na eleição das sete maravilhas do mundo e almoçou na
Associação Comercial do Rio.
De manhã, no Corcovado,
Serra se recusou a responder se
temia violência em eventual
confronto da PM com estudantes. Ao ouvir a pergunta, virou-se de costas e nada disse.
Depois, na Associação Comercial, também relutou antes
de finalmente falar sobre a invasão da USP. Ele relatou que a
reitoria pediu a reintegração de
posse e a Justiça a determinou
"diretamente à polícia, à Secretaria da Segurança". "Não é assunto do governo, do governador fazer isso ou aquilo."
O governador disse que não
fez nenhuma recomendação
especial à polícia. "O que a polícia está empenhada é que haja
solução pacífica, até porque
não se trata de nenhum confronto entre facções inimigas,
trata-se da universidade."
Cansaço
Embora sustente o discurso
de que a autonomia tão pleiteada pelas universidades confere
à reitora toda a responsabilidade pela decisão, três integrantes do governo Serra descartavam ontem a possibilidade de
uso de força para a retirada dos
estudantes ainda hoje.
Segundo um privilegiado interlocutor de Serra, a força policial é o último recurso para a
reintegração. E optar por isso
seria cair numa armadilha: a de
um conflito com estudantes.
A idéia é tentar vencer os alunos pelo cansaço, apostando no
desgaste do movimento. Segundo informações obtidas pelo governo, em recente assembléia, a proposta de manter a
invasão venceu por 17 votos de
vantagem. Ontem, a intenção
era insistir numa saída negociada. Mas o futuro emprego de
força não estaria descartado.
Contra a desocupação
Ontem, o Sindusp (sindicato
dos trabalhadores da USP) entrou na Justiça com pedido de
revogação da ordem de reintegração de posse do prédio de
reitoria. Ele pede um prazo de,
no mínimo, dez dias para "que
as partes de componham pacificamente". "Queremos evitar
um novo Carandiru", diz o advogado Idibal Pivetta.
Colaboraram ROGÉRIO PAGNAN, da Reportagem Local, e TOMÁS CHIAVERINI
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