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SP recebe exposição inédita sobre Holocausto
Mostra no Sesc Pompeia, que começa na sexta, vai até 4 de julho
Haverá vídeos com depoimentos de vítimas, fotos históricas e de família, objetos dos sobreviventes e outros
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Nanette Konig, 81, holandesa sobrevivente de um campo de concentração, em sua casa no Sumaré, zona oeste de SP
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO
Eles são oito judeus nascidos em diferentes países da
Europa, eram crianças ou
adolescentes quando a Segunda Guerra (1939-1945) explodiu, sobreviveram à crueldade da perseguição nazista
e hoje moram no Brasil.
Desta sexta até 4 de julho,
o Sesc Pompeia (em SP) abrigará mostra inédita sobre o
Holocausto. E eles estarão lá,
em testemunhos gravados
em vídeo, lembrando o terror, expondo cicatrizes.
Cada um com seu sotaque,
os oito sobreviventes baterão
na mesma tecla: o mundo
não pode nunca esquecer essa tragédia do século 20.
"Devemos relembrar sempre o que aconteceu para evitar que se repita contra qualquer povo por causa de sua
raça, procedência ou religião", afirma o polonês Ben
Abraham, 85, que ficou preso
no campo de concentração
de Auschwitz.
"Jurei a mim mesmo,
quando perambulava esfarrapado e alquebrado pelos
campos [nazistas], que, se
Deus me permitisse sobreviver, eu contaria ao mundo tudo o que aconteceu", diz.
A mostra "Shoá: Reflexões
por um mundo mais tolerante" -"shoá" é a palavra que
os judeus usam para o Holocausto- foi criada em Montevidéu em 2008, por três jovens judeus. Ao Brasil, foi
trazida pelo empresário William Rozenbaum Trosman.
Além dos vídeos, a exposição mostra o Holocausto em
fotos históricas e de família,
objetos dos sobreviventes,
obras de arte, mapas, filmes,
palestras e espaços interativos. Parte do material veio de
museus internacionais.
"Veja o caso do Irã",
lembra judeu nascido na Alemanha Heinz Cohen, 81. Ele
se refere ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, que
causou indignação internacional ao dizer que o Holocausto nunca existiu.
"Como se nega a morte de
6 milhões? Então precisa,
sim, ser falado, falado e falado. E com a seguinte tônica:
nunca mais." A família de
Heinz escapou da Alemanha
antes de ser agarrada pelos
nazistas, mas primos, tios e
uma avó morreram em campos de concentração.
No Sesc, as imagens mais
chocantes dos judeus nos
campos de concentração não
estarão expostas, mas "escondidas" em pequenos visores para serem vistas apenas por quem quiser.
"Não é para ninguém sair
chorando. É uma exposição
para reflexão", afirma Miriam Vasserman, a coordenadora da mostra.
SHOÁ: REFLEXÕES POR UM
MUNDO MAIS TOLERANTE
ONDE Sesc Pompeia, rua Clelia,
93, tel. 0/xx/11/3871-7700
QUANDO De 28/05 a 04/07
(exceto às segundas).
QUANTO Gratuito
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