|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Entidade acolhe mães adolescentes
DA ENVIADA ESPECIAL A ARAÇOIABA DA SERRA
G.R.S., 18, engravidou aos 16
anos de um homem 20 anos mais
velho que sumiu quando soube
da novidade. A família queria que
abortasse. G., que estudou até o
segundo ano do ensino médio, insistiu na gravidez, pediu ajuda ao
Conselho Tutelar da sua cidade e,
há 11 meses, deu à luz M..
M.K.O., 18, consumiu maconha,
cocaína e cola durante toda a gravidez de V., 1. Para sustentar o vício, trabalhava no tráfico desde os
13 anos, quando saiu de casa e
passou a viver nas ruas de São
Paulo. Há oito meses, decidiu
procurar ajuda porque pretende
"criar o filho dignamente, limpa".
N.F.S., 17, deu à luz a menina G.
aos 12 anos. Foi viver com um homem que a espancava quase diariamente. Aos 15, engravidou novamente. Nem assim foi poupada
das surras. Após o parto, fugiu de
casa e pediu proteção à Justiça.
C.N.C., 17, mãe de D., nove meses, viveu em orfanatos desde os
seis anos, quando o pai morreu. A
mãe, deficiente mental, teve outros nove filhos, todos já adotados. C. engravidou do namorado
e teve de ser transferida de abrigo.
Adolescentes com histórias de
vida completamente distintas dividem o mesmo espaço na Associação Lua Nova, uma casa em
Araçoiaba da Serra (a 117 km de
SP) que acolhe jovens mães em situação de risco e busca a reintegração social das adolescentes.
O projeto, que recebeu prêmio
de convivência familiar e comunitária da Fundação Abrinq em
2002, visa também resgatar a auto-estima, além de orientá-las para uma maternidade responsável.
Segundo Raquel Barros, coordenadora da associação, em uma
primeira etapa, mães e seus bebês
moram na comunidade Lua Nova, uma chácara em Araçoiaba da
Serra onde recebem assistência
terapêutica, estudam, cuidam da
casa e fazem artesanato. Na etapa
seguinte, as meninas passam a
trabalhar na sede administrativa
da Lua Nova, em Sorocaba, onde
a associação mantém uma fabriqueta de costura. Lá, elas confeccionam brinquedos para vender.
De manhã, as adolescentes deixam os filhos na creche e vão trabalhar. Só voltam à comunidade
no fim do dia. O dinheiro ganho é
usado para pagar as despesas pessoais da jovem e do bebê. O que
sobra fica em uma espécie de
poupança e só é sacado quando a
menina deixar a associação para
reconstruir a vida.
(CC)
Lua Nova: 0/xx/15/281-1937
Texto Anterior: Saúde: Parto lidera ranking de internações de jovens Próximo Texto: Saúde: Anvisa tira do mercado lote de Vick Vaporub Índice
|