São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004 |
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SEGURANÇA Brigada de Campinas será a 1ª do país a oferecer treinamento a militares que atuarão para substituir a polícia Exército prepara tropa para atuar nas ruas
DA FOLHA CAMPINAS A 11ª Brigada de Infantaria do Exército, com sede em Campinas (95 km de SP), será a primeira unidade no país a ser adaptada para oferecer treinamento a militares que atuarão em problemas com a segurança pública, fazendo o trabalho de polícia estadual. A tropa de Campinas contará com 4.500 homens. Há no país, além de companhias da Polícia do Exército, outros nove batalhões que possuem treinamentos semelhantes, mas não específicos para a atuação do Exército nas ruas. Juntos, os batalhões e as companhias contam com 5.000 homens e estão em nove capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Brasília, Manaus, Campo Grande, Curitiba e Salvador). O plano do Exército é treinar os homens em Campinas para atuar em casos de greve de policiais estaduais e também no auxílio da Polícia Militar, para o controle da ordem pública -como os bloqueios de estradas. De acordo com o major Carlos Henrique Teixeira Costa, as intervenções do Exército serão esporádicas e ocorrerão por um curto espaço de tempo. A alteração faz parte do plano de reestruturação do Exército brasileiro e deve começar a ser implementada em dezembro deste ano. O processo deve ser concluído em 2007. Para atender à determinação do Comando do Exército, em Brasília, a 11ª Brigada de Campinas elaborou um projeto que prevê, por exemplo, a compra de novos armamentos. Saem os fuzis e as munições letais e agregam-se capacetes, armas de baixo calibre e munições de borracha. A localização estratégica da cidade no país -com a facilidade de deslocamento e a proximidade com o Cavex (Comando de Aviação do Exército), em Taubaté- e a infra-estrutura foram os principais fatores para a escolha da brigada de Campinas. O plano de reestruturação prevê ainda o aumento do número de homens na Polícia do Exército e a concentração das unidades blindadas nos Estados do Sul. Segundo o major, hoje, no Brasil, a unidade de Caçapava, no interior de São Paulo, é a única treinada para atuar internamente, mas não com funções da PM. Pedidos de envio De acordo com o Comando do Exército, o número de solicitações de atuação militar em grandes centros urbanos tem crescido. Só neste ano, o Exército já foi solicitado em três casos. No Rio de Janeiro, o Exército brasileiro foi convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atuar com força de polícia estadual. A cidade vivia, há dois meses, uma guerra entre traficantes de morros rivais. O Exército foi acionado e cercou os morros. Nas outras duas ocasiões, o Exército interveio a pedido dos governadores e sob a ordem da Presidência da República em situações de greve de policiais militares. Uma foi no Piauí e a outra foi em Minas Gerais, na semana passada. A paralisação da PM mineira foi suspensa anteontem pelo comando de greve depois que saiu uma decisão judicial que considerou a greve ilegal. A atuação do Exército como polícia é prevista no artigo 142 da Constituição Federal. No entanto as tropas não tinham treinamento específico para tal fim. Segundo o Comando do Exército em Brasília, não se trata de criar uma nova grande unidade, e sim aproveitar a reestruturação em curso para também atender às novas demandas, de ações de garantia da lei e da ordem. Texto Anterior: Paraná: Secretário é preso ao derrubar árvores Próximo Texto: Abordagem de civis faz parte de treinamento Índice |
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