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Acidente com caminhão espalha gás por 4 cidades
Vários bairros de São Paulo foram atingidos pelo cheiro forte; escola dispensou alunos
Dois dos dez cilindros transportados vazaram por cerca de uma hora e meia; trânsito na marginal Pinheiros parou pela manhã
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um caminhoneiro que transportava cerca de 18 mil litros de
produtos químicos altamente
explosivos perdeu o controle
do veículo na marginal Pinheiros (zona sul), na madrugada de
ontem, subiu no canteiro central e derrubou a carga, espalhando um cheiro forte de gás
por vários bairros de São Paulo
e outras três cidades.
Dos dez cilindros que ele
transportava, dois vazaram. Foi
o suficiente para que moradores dos Jardins, Itaim Bibi, Morumbi, Vila Olímpia, Campo
Limpo, Capão Redondo e até
dos municípios de Taboão da
Serra, Itapecerica da Serra e
Embu sentissem o odor do butilmercaptana, cuja função é
dar cheiro ao gás de cozinha para que as pessoas percebam
quando há vazamento.
Apesar de não ser tão tóxico,
o produto causa dor de cabeça,
náusea, tontura e irritação nos
olhos, nariz e garganta. Pelo
menos 40 pessoas receberam
atendimento médico e outras
500 procuraram a Cetesb
(agência ambiental de São Paulo), preocupadas com o cheiro.
A Emei (Escola Municipal de
Educação Infantil) Tide Setubal, no Itaim Bibi, dispensou 40
alunos. Segundo a Secretaria da
Educação, a escola, que tem 120
alunos, acatou um pedido dos
pais. A festa festa junina, que
aconteceria ontem, foi adiada.
O gás vazou por cerca de uma
hora e meia, até ser contido por
técnicos da Cetesb e pelos
bombeiros. Por conta do trânsito, funcionários da Cetesb tiveram de ir a pé até o local.
A causa do acidente ainda é
desconhecida. Para funcionários da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego), pode
ter ocorrido falha do motorista,
ou da empresa, que não teria
prendido os cilindros adequadamente. O motorista culpa as
condições da avenida.
O maior risco de explosão,
segundo os bombeiros, foi na
galeria pluvial. No local, a dispersão do gás é mais difícil.
O gás estava sendo transportado de Santos a Rio Claro, no
interior do Estado. A empresa
Acimex, responsável pelo
transporte dos cilindros, foi
multada em R$ 127 após ser autuada por derrubar carga na
pista. Segundo o gerente de
operações da CET, Paulo Millano, o custo da operação da companhia deve ter superado os R$
50 mil. "Faremos um relatório
dos gastos e acionaremos a empresa na Justiça por meio do
Ministério Público", afirmou.
O valor total da carga transportada, segundo a Acimex, é
de R$ 293.477,83. A Polícia Militar informou que a empresa e
o motorista estão aptos a transportar produtos químicos.
Com a interdição de faixas da
marginal, a cidade enfrentou
um congestionamento bem superior ao normal. Pela manhã,
o pico foi às 10h, com 126 km de
lentidão -a média do horário
são 37 km.
Às 16h, outro acidente, na
mesma região, voltou a prejudicar o trânsito. Uma carreta que
transportava terra tombou e
três faixas foram interditadas.
Colaboraram ALENCAR IZIDORO, FERNANDA BASSETTE e KLEBER TOMAZ, da Reportagem
Local
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