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Cidade Tiradentes deve ganhar seu 1º centro cultural
Obra custará R$ 8,25 milhões, bancados por franceses, pela
Prefeitura de São Paulo e também pela iniciativa privada
Local vai oferecer cursos
profissionalizantes de três
anos; pequenas bibliotecas
já foram inauguradas
no bairro da zona leste
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo vai
construir um centro cultural na
Cidade Tiradentes (zona leste),
o primeiro do bairro, uma das
principais concentrações de
pobreza da cidade. A etapa inicial das obras deve começar em
dezembro. A conclusão está
prevista para ocorrer em 2008.
O centro deve custar R$ 8,25
milhões e será dividido entre a
região de Île-de-France -equivalente à área metropolitana de
Paris-, prefeitura e possíveis
parceiros da iniciativa privada.
Em acordo assinado em maio,
os franceses fizeram um aporte
de 400 mil (R$ 1,136 milhão),
montante que entrará em caixa
no início de julho.
A administração não tem todos os recursos para concluir o
centro. O secretário Carlos Augusto Calil (Cultura) viajou à
França domingo para propor à
Île-de-France que custeie metade da verba necessária. Prefeitura e a iniciativa privada arcarão com o restante.
Batizado pelo secretário de
"CEU da Cultura", em referência aos centros educacionais
unificados idealizados na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), o projeto do prédio
prevê área de 3.000 m2 com cinema, teatro, biblioteca e um
centro de memória, de forma a
catalogar informações relativas
à história do bairro. A construção será em área desocupada
da Cohab, a companhia habitacional do município.
"É um modelo que corresponde ao Centro Cultural São
Paulo", disse Calil, ex-diretor
do CCSP. A diferença, segundo
ele, está em agregar um centro
de formação profissional. Serão cursos nas áreas de artes e
cultura, como cenografia, iluminação, figurino e web design,
com duração de três anos. Calil
disse que as disciplinas serão
divididas em módulos, para capacitar, ainda que parcialmente, os que abandonarem o curso antes da conclusão.
Os embriões do centro começaram a sair do papel no último sábado. São pontos de leitura, bibliotecas com cerca de
2.000 títulos criadas para disseminar a cultura pelo bairro.
Como parâmetro, uma biblioteca padrão tem em média 40
mil títulos. O acervo contém livros e enciclopédias, além de
jornais do Norte e do Nordeste,
de onde saiu boa parte da população do bairro. Os dois primeiros pontos foram inaugurados no sábado. Um terceiro será implantado até o final do
mês -a meta é criar 17.
A pretensão é atingir a população jovem do bairro, formado
na década de 80 após a construção de conjuntos habitacionais em terrenos públicos. A
Cidade Tiradentes tem, hoje,
cerca de 280 mil habitantes. "O
início da marginalização ocorre quando se tem 13 ou 14 anos.
A escola segura essa criança e
depois muitos se perdem, entram no mundo das drogas. É
preciso dar oportunidade."
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