DA REPORTAGEM LOCAL

A minha ginecomastia começou a aparecer aos 14 ou 15 anos. Sou carioca e nunca ia à praia porque tinha vergonha de tirar a camiseta.
Passei por vários problemas na escola. Apertavam meu peito, gritavam "fala tetão", cortavam papel em formato de sutiã e deixavam em cima da minha mesa. Era o "sutiã do Mário", eles diziam.
Eu tinha uma mania, neurose mesmo, de puxar a camisa para a frente; queria disfarçar. Ficava inseguro para falar com as mulheres.
Depois, para piorar, comecei a engordar. Em 2003, cheguei a pesar 143 kg, tinha hipertensão, e os médicos me diziam que, se eu não emagrecesse, não teria tempo de ver minha filha nascer.
Aí, foi aquela coisa: em sete meses, perdi 69 kg, por pura força de vontade.
Mas estava com o corpo feio por causa da ginecomastia; meu peito era idêntico ao de uma mulher. Além do excesso de gordura localizada, que não cedeu quando emagreci, tinha as glândulas mamárias desenvolvidas.
Então resolvi fazer a cirurgia. Isso faz uns dois anos, eu tinha 27. Agora, levo uma vida normal, não tenho mais nenhum problema com isso.


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