São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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Jovem morre esfaqueado em bar dos Jardins

John Batista, 19, levou golpes de canivete no peito quando bebia cerveja com dois amigos; oito suspeitos foram presos

Polícia vai investigar se os agressores pertencem a algum grupo punk; nenhum dos detidos foi reconhecido como o autor dos golpes

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

MARTHA ALVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Um garçom de 19 anos foi assassinado com golpes de canivete no peito após ser atacado por um grupo de cerca de dez jovens que iniciaram uma briga anteontem à noite no bar em que ele estava com amigos, nos Jardins, área nobre na zona oeste de São Paulo.
Foi o segundo crime com arma branca em duas semanas na região dos Jardins -no dia 10 deste mês, o turista francês Grégor Erwan Landouar, 35, foi esfaqueado e morto por volta das 22h30 na alameda Franca, após a Parada Gay.
Por volta das 21h30 de sexta, John Clayton Moreira Batista bebia no bar Amarelinho com Tatiana Polacow Augusto e Rafael Rodrigues de Oliveira.
Todos vinham do trabalho -o Café Empório Armani, nas imediações- e estavam nas mesinhas da esquina da alameda Lorena com a Consolação.
O autor dos golpes ainda não foi identificado e a arma não foi localizada, mas oito suspeitos foram presos e indiciados por homicídio doloso.
Os detidos têm entre 15 e 21 anos -quatro são adolescentes, entre eles duas garotas. Dois suspeitos estão foragidos.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância também vai apurar o crime, investigando se os acusados pertencem a algum grupo punk.
PM e testemunhas dizem que os agressores usavam coturnos e cabelo moicano.
O delegado do 78º DP, Marcos Gomes de Moura, diz que o tumulto começou quando uma adolescente de 17 anos pediu um isqueiro a Rodrigues. Ele disse que não tinha e Tatiana emprestou o isqueiro à garota, que saiu xingando Rodrigues.
Minutos depois, ela voltou ao bar com o restante do grupo. "Um dos caras mostrou o canivete e disse: "Vocês não sabem com quem estão lidando". O John foi esfaqueado quando tentou fugir", disse Tatiana, que não reconheceu nenhum dos detidos como o assassino.
Foram presos o operador José Antonio da Silva, 21; os estudantes Felipe Navarro da Silva, 19, e Felipe de Lima Amorim, 18, e o mecânico William Claro de Lima, 20.
Khaled Ali Fares, advogado de quatro dos detidos (Felipe Amorim e três adolescentes), disse que seus clientes participaram da briga, mas negou envolvimento com o homicídio.
A reportagem não localizou o advogado dos demais suspeitos. Segundo a polícia, todos negam o crime.
A Secretaria da Segurança Pública diz que dados de homicídios nos Jardins em 2007 estão sendo "revistos". Em 2006, foram três assassinatos.


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