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Família do Rio é a 1ª a enterrar vítima do acidente com Airbus
Foi um "alívio", disse filho do engenheiro Luiz Cláudio Monlevad, sepultado ontem em Barra Mansa (RJ)
ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BARRA MANSA (RJ)
Vinte e três dias depois da
queda do avião da Air France, a
família do engenheiro Luiz
Cláudio Monlevad, 48, foi a primeira a poder enterrar uma vítima do acidente que matou
228 pessoas.
"Alívio" foi como descreveu o
filho do engenheiro, o estudante Gabriel, 19. "A gente foi ficando tranquilo porque sabia
que ele estava com Deus. Mas
era a dor de uma situação que
não se resolvia", afirmou.
Cerca de 350 pessoas foram à
cerimônia, no Cemitério Municipal de Barra Mansa, cidade do
Sul Fluminense onde Lucas,
como era chamado, nasceu e viveu até embarcar no Airbus
A330 da empresa francesa.
Deixou dois irmãos, a mulher, dois filhos e os pais.
Parentes dizem que deixou
também a lembrança de alguém animado. Havia acabado
de concluir, no final de 2008, a
reforma de sua casa, no bairro
Santa Clara. O projeto ficou engavetado por 15 anos e demorou um ano e meio para ser
concluído, contou Gabriel.
Reconhecimento por foto
Cunhado de Luiz Cláudio, o
secretário municipal de Saúde,
Mário Froes de Andrade, afirmou que o corpo foi identificado por impressão digital, arcada dentária e outros 12 testes
feitos pelo IML de Pernambuco. Segundo ele, que foi a Recife
para liberar o corpo, foi possível também reconhecê-lo pela
foto tirada pelos peritos.
Andrade disse que o corpo foi
encontrado inteiro com peças
de roupas. Ele saiu do Recife de
avião ontem às 6h30, desembarcou no Rio e fez traslado até
Barra Mansa. O corpo de Luiz
Cláudio foi enterrado embalsamado, segundo Andrade, com o
caixão fechado, às 16h.
Luiz Cláudio trabalhava na
empresa francesa Saint-Gobain Canalização. Era responsável pelo controle de qualidade dos produtos produzidos
(tubos de ferro fundido). Embarcou no voo AF 447 tendo como destino a cidade de Nancy
(a cerca de 300 km de Paris). Ia
a uma reunião de trabalho, como fazia quase uma vez ao ano.
A empresa considerou a morte de Luiz Cláudio um "acidente de trabalho" e vai dar apoio
psicológico e pagar o seguro.
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