São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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Família do Rio é a 1ª a enterrar vítima do acidente com Airbus

Foi um "alívio", disse filho do engenheiro Luiz Cláudio Monlevad, sepultado ontem em Barra Mansa (RJ)

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BARRA MANSA (RJ)

Vinte e três dias depois da queda do avião da Air France, a família do engenheiro Luiz Cláudio Monlevad, 48, foi a primeira a poder enterrar uma vítima do acidente que matou 228 pessoas.
"Alívio" foi como descreveu o filho do engenheiro, o estudante Gabriel, 19. "A gente foi ficando tranquilo porque sabia que ele estava com Deus. Mas era a dor de uma situação que não se resolvia", afirmou.
Cerca de 350 pessoas foram à cerimônia, no Cemitério Municipal de Barra Mansa, cidade do Sul Fluminense onde Lucas, como era chamado, nasceu e viveu até embarcar no Airbus A330 da empresa francesa.
Deixou dois irmãos, a mulher, dois filhos e os pais.
Parentes dizem que deixou também a lembrança de alguém animado. Havia acabado de concluir, no final de 2008, a reforma de sua casa, no bairro Santa Clara. O projeto ficou engavetado por 15 anos e demorou um ano e meio para ser concluído, contou Gabriel.

Reconhecimento por foto
Cunhado de Luiz Cláudio, o secretário municipal de Saúde, Mário Froes de Andrade, afirmou que o corpo foi identificado por impressão digital, arcada dentária e outros 12 testes feitos pelo IML de Pernambuco. Segundo ele, que foi a Recife para liberar o corpo, foi possível também reconhecê-lo pela foto tirada pelos peritos.
Andrade disse que o corpo foi encontrado inteiro com peças de roupas. Ele saiu do Recife de avião ontem às 6h30, desembarcou no Rio e fez traslado até Barra Mansa. O corpo de Luiz Cláudio foi enterrado embalsamado, segundo Andrade, com o caixão fechado, às 16h.
Luiz Cláudio trabalhava na empresa francesa Saint-Gobain Canalização. Era responsável pelo controle de qualidade dos produtos produzidos (tubos de ferro fundido). Embarcou no voo AF 447 tendo como destino a cidade de Nancy (a cerca de 300 km de Paris). Ia a uma reunião de trabalho, como fazia quase uma vez ao ano.
A empresa considerou a morte de Luiz Cláudio um "acidente de trabalho" e vai dar apoio psicológico e pagar o seguro.


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