São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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Metrô vai indenizar donos de 127 imóveis

Empresa estatal irá concluir em um ano o laudo sobre estragos causados por obras de expansão da linha 2-verde

Indenizações serão pagas após avaliação de residências avariadas nos bairros de Vila Prudente e Sacomã


JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Rachaduras em paredes e pisos, muro que inclinou, portas emperradas e reboco se soltando são algumas dificuldades com as quais moradores da Vila Prudente, na zona leste de SP, passaram a conviver desde o início das obras de expansão do Metrô.
"Estava tudo velho, mas estava inteiro", resume dona Maria, moradora do bairro.
A frase resume um pouco o impacto das obras na região da futura estação, de casas antigas, com pouca resistência a interferências pesadas como a escavação feita pelo tatuzão, o veículo usado para abrir os túneis dos trens.
Os estragos ainda serão avaliados por uma empresa contratada pelo Metrô.
O prazo de conclusão é de um ano. Só depois o Metrô dará o dinheiro aos moradores prejudicados.
Mais de uma centena de imóveis sofreu algum impacto com a construção das estações Sacomã, Vila Prudente e Tamanduateí, onde o governo faz a expansão da linha 2-verde que vai ligar a Vila Madalena (zona oeste) a Vila Prudente (zona leste).
Ao todo, são 127 imóveis que sofreram algum abalo.
Todos já foram visitados por engenheiros do Metrô e tiveram avisos de sinistros emitidos pela companhia.
A estação Sacomã começou a operar em janeiro deste ano. As outras duas ainda estão em obras, mas ao menos a fase aguda das escavações, que provoca mais prejuízos aos imóveis, passou.
O Metrô diz que os imóveis passíveis de indenização são, em sua maioria, casas com estruturas de concreto ou alvenaria, mas há também galpões comerciais e industriais de pequeno porte.
Um deles é o da WDS Comércio de Importação e Exportação de Informática, que enfrenta rachaduras e desníveis no piso, que dificultam até a abertura das portas.
"Quando começaram as obras, apareceram as rachaduras. O Metrô mandou gente aqui, que pediu que esperássemos o tatuzão passar, para que pudessem fazer a avaliação. Estamos esperando", afirma Paula Dias, uma das donas da empresa.
Enquanto isso, o Metrô tem feito pequenos reparos nos imóveis atingidos, o que não tem sido suficiente para tranquilizar a todos.
Dona Maria, por exemplo, passa todos os dias sob um "duplo travessão" -dois pedaços de pau, que seguram o muro, bastante inclinado, e o afastam da parede da casa.
O "adereço" foi colocado pelo filho.
O edital do Metrô prevê, além da indenização para reparos, casos de "perda total da edificação" e outros em que o ocupante terá de deixar o imóvel -o laudo pericial deverá prever uma verba destinada ao aluguel temporário de um imóvel similar.


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