|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Metrô vai indenizar donos de 127 imóveis
Empresa estatal irá concluir em um ano o laudo sobre estragos causados por obras de expansão da linha 2-verde
Indenizações serão pagas após avaliação de residências avariadas nos bairros de Vila Prudente e Sacomã
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
Rachaduras em paredes e
pisos, muro que inclinou,
portas emperradas e reboco
se soltando são algumas dificuldades com as quais moradores da Vila Prudente, na
zona leste de SP, passaram a
conviver desde o início das
obras de expansão do Metrô.
"Estava tudo velho, mas
estava inteiro", resume dona
Maria, moradora do bairro.
A frase resume um pouco o
impacto das obras na região
da futura estação, de casas
antigas, com pouca resistência a interferências pesadas
como a escavação feita pelo
tatuzão, o veículo usado para
abrir os túneis dos trens.
Os estragos ainda serão
avaliados por uma empresa
contratada pelo Metrô.
O prazo de conclusão é de
um ano. Só depois o Metrô
dará o dinheiro aos moradores prejudicados.
Mais de uma centena de
imóveis sofreu algum impacto com a construção das estações Sacomã, Vila Prudente e
Tamanduateí, onde o governo faz a expansão da linha 2-verde que vai ligar a Vila Madalena (zona oeste) a Vila
Prudente (zona leste).
Ao todo, são 127 imóveis
que sofreram algum abalo.
Todos já foram visitados
por engenheiros do Metrô e
tiveram avisos de sinistros
emitidos pela companhia.
A estação Sacomã começou a operar em janeiro deste
ano. As outras duas ainda estão em obras, mas ao menos
a fase aguda das escavações,
que provoca mais prejuízos
aos imóveis, passou.
O Metrô diz que os imóveis
passíveis de indenização
são, em sua maioria, casas
com estruturas de concreto
ou alvenaria, mas há também galpões comerciais e industriais de pequeno porte.
Um deles é o da WDS Comércio de Importação e Exportação de Informática, que
enfrenta rachaduras e desníveis no piso, que dificultam
até a abertura das portas.
"Quando começaram as
obras, apareceram as rachaduras. O Metrô mandou gente aqui, que pediu que esperássemos o tatuzão passar,
para que pudessem fazer a
avaliação. Estamos esperando", afirma Paula Dias, uma
das donas da empresa.
Enquanto isso, o Metrô
tem feito pequenos reparos
nos imóveis atingidos, o que
não tem sido suficiente para
tranquilizar a todos.
Dona Maria, por exemplo,
passa todos os dias sob um
"duplo travessão" -dois pedaços de pau, que seguram o
muro, bastante inclinado, e o
afastam da parede da casa.
O "adereço" foi colocado
pelo filho.
O edital do Metrô prevê,
além da indenização para reparos, casos de "perda total
da edificação" e outros em
que o ocupante terá de deixar
o imóvel -o laudo pericial
deverá prever uma verba
destinada ao aluguel temporário de um imóvel similar.
Texto Anterior: Francisco Edson Curcio (1929-2010): Um dentista paulistano que atuou em 22 filmes Próximo Texto: Imóveis não correm riscos, diz Metrô Índice
|