São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2011

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Brasil é 3º na rota de cocaína para Europa

País só está atrás de Venezuela e Equador, segundo relatório da ONU; dados são do período entre 2005 e 2009

Tráfico transporta pequenas quantidades, utilizando "mulas", mas Brasil já registra grandes apreensões


JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
MATHEUS LEITÃO

DE BRASÍLIA

Cresceu nos últimos anos o número de cargas de cocaína apreendidas na Europa após passarem pelo Brasil, segundo relatório divulgado ontem pela Unodc, a agência da ONU para álcool e drogas. O Brasil é o terceiro país na rota para o continente.
Entre 2005 e 2009, as apreensões de cocaína que chegaram à Europa após passar pelo Brasil mais que decuplicaram, de 25 para 260; a quantidade variou menos, de 339 kg para 1.500 kg.
Venezuela, com 6.500 kg, e Equador, com 2.500 kg, foram os principais canais.
O Brasil surge em terceiro, ocupando o lugar que em anos anteriores já foi do México, do Panamá e da República Dominicana.
O volume de coca que passou por solo brasileiro foi menor porque os casos envolvem pequenos traficantes, as "mulas", que transportam a droga escondida em bagagens ou no próprio corpo.
Já o esquema de tráfico da Venezuela envolve o transporte em grandes quantidades, através de portos.
Essa situação, porém, pode estar mudando, alerta a agência da ONU.
Um exemplo foi a operação que apreendeu 3.800 kg de cocaína escondida em contêiner no porto de Paranaguá (PR), em fevereiro de 2009. A carga seria levado para a Romênia.

CONSUMIDORES
Pesquisa realizada em 2009, também divulgada pela agência, revela que o Brasil, com a maior população, tem um terço dos consumidores de coca na América do Sul, seguido por Argentina (25%) e Chile (10%).
A Unodc afirma que, apesar da liderança, apenas 0,7% da população brasileira entre 15 e 64 anos usa a droga, o que representa 900 mil pessoas. Na Argentina, por exemplo, o índice é de 2,6%.
"Com a diminuição da pena para o usuário no Brasil, a metodologia do tráfico internacional mudou do atacado para o varejo", afirma o presidente do Sindicatos dos Delegados da Polícia Federal, Joel Mazo, que atuou mais de dez anos na área de combate às drogas.
"É por isso que, no relatório, há mais apreensões do tráfico do corredor brasileiro, com muito menos quantidade, do que em comparação com anos anteriores."


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