São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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Barni visita Suzane em sua volta à cadeia

Advogados da jovem entrarão com pedido de habeas corpus em razão da condenação pela morte do pai

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de ser levada de volta para o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro (175 km de SP) e dormir por quase 12 horas, Suzane von Richthofen, 22, recebeu ontem a visita de seu ex-tutor, Denivaldo Barni. "Ela comeu pizza, recebeu uma mensagem do [advogado] Mauro [Nacif], chorou várias vezes e reclamou de dores no pulso por ter ficado tanto tempo algemada", contou ele.
Na madrugada de sábado, a jovem e os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos foram condenados pela morte dos pais dela, em 2002. Por pouco a jovem não foi absolvida da morte do pai. Na mesma madrugada, foi levada de volta à cadeia.
"Ela chegou em Rio Claro por volta das 4h30 do sábado e dormiu até as 16h. Comeu alguma coisa leve e voltou a dormir. Estava exausta. Ela também recebeu o conforto das colegas de cela, que disseram ter feito muita oração por ela durante o julgamento", disse o ex-tutor.
Barni foi o único a visitá-la e passou o domingo inteiro com a jovem. Afirmou que Suzane chorou várias vezes. "A situação dela hoje é outra. Ela tem uma sentença. Antes, tinha a expectativa de ser absolvida e de não precisar voltar para a cadeia. Durante o dia nós conversamos sobre a infância dela e fizemos uma retrospectiva de tudo o que aconteceu nesse período. Ela disse que confiou e continua confiando nos seus advogados", afirmou Barni.

Habeas corpus
Mauro Otávio Nacif, um dos advogados da jovem, disse ontem que deverá pedir um habeas corpus no Tribunal de Justiça na quarta-feira solicitando a absolvição dela com relação à morte de seu pai.
"As coisas mudaram. Examinando de novo os quesitos, entendo que a Suzane foi absolvida da morte do pai. A maioria dos jurados entendeu que ela era influenciada psiquicamente pelo namorado. Eles queriam absolver a Suzane", disse.
A equipe de advogados que defende a estudante vai se reunir amanhã para reler todos os quesitos e decidir qual será a estratégia do pedido. "Nós consideramos que a resposta dos jurados é pela absolvição dela. Se o tribunal entender da mesma forma, automaticamente conseguirei reduzir a pena pela metade", disse Nacif.
A aposentada Iolanda de Oliveira Toledo, 57, uma das juradas do caso, porém, não entende dessa forma. "A condenação de Suzane foi uma resposta à sociedade. A gente estava lá para assumir e fazer valer o que o Tribunal do Júri e o Estado precisam fazer para que não ocorram crimes desse tipo."


Colaborou a Folha Online


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