São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Traficantes e milícias fecham favelas no Rio

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Enquanto milicianos fecham favelas com portões e cadeados com medo da volta do tráfico, em pelo menos cinco comunidades da zona oeste carioca os criminosos bloqueiam os acessos com peças de concreto e ferro por temor do avanço das milícias.
As favelas em que os traficantes tentam evitar o ingresso dos milicianos são Cavalo de Aço, Rebu, Selva de Pedra, Coréia e Taquaral, que acompanham o trajeto da avenida Santa Cruz no trecho entre as estações ferroviárias de Santíssimo e Senador Camará, na zona oeste.
Há também quatro favelas em que a milícia instalou portões. Os moradores, para entrar e sair, têm que comprar a chave. Se não o fizerem, são obrigados a esperar um vizinho abrir o portão para passar.
Os portões das milícias foram instalados na zona norte nos morros do Dezoito (Água Santa) e do Barbante (Ilha do Governador) e nas favelas Roquete Pinto (Ramos) e Vila Alvorada (Anchieta).
A prática é sempre a mesma. Os milicianos colocam os portões e depois avisam os moradores. A chave custa de R$ 3 a R$ 5.
Menos organizados que os milicianos, traficantes da zona oeste fecham ruas com tubos de concreto e dormentes, mas liberam a passagem de pedestres.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Milícias desconhece quantas favelas são controladas pelos paramilitares. A estimativa da Secretaria de Segurança Pública é de cerca de 100 das 513 favelas catalogadas no Rio.


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