São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

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Projetos sociais focaram os removidos

Segundo a Dersa, responsável pelas obras, pouco foi feito em relação ao impacto causado às famílias que ficaram na região

Gerente da estatal diz que os projetos serão ampliados durante a construção do trecho norte do Rodoanel

DE SÃO PAULO

A Dersa, empresa do governo estadual responsável pelas obras do Rodoanel, admite que os projetos sociais do trecho sul foram voltados para as famílias removidas e que pouco foi feito em relação aos impactos causados às que ficaram na região.
Por isso, diz o gerente da Divisão de Gestão Social, Luciano Dias, a Dersa pretende ampliar os projetos sociais no trecho norte, cuja construção deve começar em dezembro. Ele questiona, porém, a relação direta entre a obra e a alta de gestantes.
Dias afirma que a licitação do novo trecho deverá incluir o compromisso das empreiteiras em trabalhar junto com a Dersa nas ações sociais, inclusive dentro dos canteiros das obras.
Ele diz que o crescimento de grávidas não foi cogitado porque não ocorreu no trecho oeste. "Já que teve uma situação, vamos ver o que a gente pode fazer contra isso em relação ao trecho norte para que não se repita".
Dario Rais Lopes, secretário de Transportes na época da contratação da obra, na gestão anterior do governador Geraldo Alckmin (PSDB), diz que não tinha como se prever esse impacto. Ele defende que essa preocupação seja incorporada.
Mauro Arce, secretário de Transportes durante a execução da obra, na gestão José Serra (PSDB), foi procurado, mas não deu entrevista.
A Secretaria de Estado da Saúde enfatiza que a responsabilidade pela orientação de planejamento familiar é dos municípios e que enviou recursos no período.

CADASTROS
Rodolfo Strufaldi, coordenador do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Prefeitura de São Bernardo, atribui a alta de gestantes à melhoria do cadastro da prefeitura, mas admite que a obra pode ter contribuído.
Segundo ele, a prefeitura reagiu rápido, com aumento de agentes comunitários (de 100 para 1.115 desde 2008), grupos de discussão nas UBSs e distribuição de preservativos aos operários.
Dos três consórcios que atuaram na região, o Queiroz Galvão/CR Almeida não respondeu aos questionamentos e se limitou a dizer que "se pautou pela execução responsável da obra e sempre cumpriu os requisitos estabelecidos em contrato".
Já o Odebrecht/Constran diz ter feito campanhas de prevenção, incluindo temas como DST, planejamento familiar e reuniões com a comunidade. O Andrade Gutierrez/Galvão Engenharia acrescentou ter abordado também prevenção contra drogas e alcoolismo.


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