São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

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Mariana, 3, ganha coração após 6 meses de espera

DE SÃO PAULO

Na última quinta, Mariana, 3, devorava doces em um dos leitos da UTI do InCor.
Nem de perto parecia a menina abatida que, na semana anterior, aguardava por um transplante de coração. Ela ficou à espera por seis meses, internada.
A mãe, Mara Bizinotto, 41, "mudou-se" de Minas Gerais para o hospital com a filha, em janeiro deste ano. Nos corredores, ganhou uma nova família, composta de médicos, enfermeiros e outras mães que ainda esperam uma nova vida para filhos.
Há cinco crianças à espera de um coração no hospital.
Com a mãe de Cauê, Viviane Suzin, 37, que até a última sexta ainda esperava, Mara começou uma campanha para conscientizar a população da importância da doação de órgãos de crianças.
As duas criaram folhetos, que espalham pelo hospital, e Viviane já esteve até em programas de televisão.
"Nesta faixa etária, pela escassez de doação, o paciente espera mais", diz Estela Azeka, pediatra da unidade de cardiologia do InCor.
Além de problemas estruturais, como a falta de UTIs pediátricas, outro fator que influencia na diminuição de doadores crianças de coração é a menor ocorrência de morte encefálica e a necessidade de maior compatibilidade de tamanho entre coração de doador e receptor.
Além disso, se a abordagem à família do potencial doador criança não for feita de forma adequada, a recusa desses pais em doar os órgãos dos filhos pode ser maior, afirma Azeka. "Em crianças nesta faixa etária, causas de morte [encefálica] geralmente são traumas. Os pais têm sentimento de culpa [o que dificulta a doação]."
O InCor, com boa estrutura hospitalar para transplantes pediátricos, fez 12 transplantes neste ano -número maior do que a média histórica de cinco por ano.


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