São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

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FOCO

"Superlampreia" troca pedras do metrô

Até 2014, equipamento vai substituir 70 mil toneladas de britas que sustentam trilhos

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Depois do "megatatuzão", a "superlampreia". Os apelidos esquisitos foram dados à máquinas usadas, respectivamente, na construção e manutenção do metrô.
A primeira foi usada nas escavações para a construção da linha 4-amarela.
A segunda fará a troca de 70 mil toneladas de pedras nos trilhos da linha 3-vermelha (leste-oeste) .
Desde março, trafega pelos trilhos durante as madrugadas uma máquina austríaca que, até o fim de 2014, vai substituir toda a brita que dá sustentação aos dormentes nos trechos de superfície do metrô - nos trilhos subterrâneos, a sustentação é feita por placas de concreto.
A "sugadora" ou "desguarnecedora" é um equipamento conduzido por um operador, que maneja dois joysticks, botões e alavancas, auxiliado por operários e mecânicos. O metrô não troca integralmente as britas na linha, o que deve ocorrer a cada 25 anos, desde a conclusão do trecho (1988).
Terá de fazê-lo agora por conta da fragmentação das pedras, causada pelo impacto contínuo dos trens. Com o desgaste, o atrito deixa a viagem menos confortável.
As novas britas vão dar mais estabilidade aos trilhos, amortecendo o impacto do trem e tornando a viagem mais silenciosa.
Ano a ano, funcionários da manutenção fazem trocas pontuais nos locais detectados pelos operadores dos trens. Agora, todas as pedras de basalto serão substituídas pelas de granito.
Segundo o metrô, manualmente, operários conseguem substituir, por noite, um trecho de oito metros de britas.
"Com a máquina, podem ser feitos até 25 metros/noite", explica o engenheiro de manutenção Igor Baria.
A "superlampreia", analogia a um peixe que suga pedras, pertence à SPA Engenharia e custa 4,5 milhões.
O equipamento é usado na Europa, mas é a primeira vez que opera na América do Sul.

NOITE ADENTRO
A Folha acompanhou na madrugada de sexta-feira o trabalho da "superlampreia". Toda noite o operador Reginaldo dos Reis, 30, maneja a sugadora. Após dois movimentos feitos por ele, uma espécie de tubo encosta nos trilhos e suga as pedras.
Nos trilhos, operários usam pás para ajudar a empurrar as britas para dentro da máquina. As pedras velhas vão por uma esteira até dois vagões-reservatórios.
Em seguida, um trator rebocador - segunda parte do equipamento - joga as pedras novas nas valas sob os dormentes. O comboio segue com uma socadora, para compactá-las no solo.
Os operários que antes arrancavam as pedras com pás e picaretas, no braço, comemoram. "Assim é bem mais fácil", diz Jair Costa Ferreira, 50, há dois meses no metrô.

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