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NA CÂMARA
Relatórios devem ficar prontos em 15 dias e mandados ao plenário, onde decisão final será tomada
Comissões irão pedir a cassação dos mandatos de Maeli Vergniano e de Izar
OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local
Os relatórios finais das comissões
processantes que
analisam as denúncias contra Maeli
Vergniano (sem
partido) e José Izar (PFL) vão pedir a cassação dos mandatos dos
dois vereadores.
A Folha apurou com membros
das duas comissões que é praticamente unânime a conclusão de
que os dois vereadores devem
perder os mandatos.
Os relatórios devem ser concluídos dentro de 15 dias e enviados
ao plenário, que toma a decisão final sobre a cassação.
A fase de investigação da comissão de Izar terminou ontem, com
os depoimentos de duas testemunhas de acusação. Já a comissão
de Maeli acaba hoje a investigação, ouvindo as últimas nove testemunhas (leia texto ao lado).
Oficialmente, os membros das
comissões não podem declarar
suas opiniões antes do final dos
trabalhos. Mas, em conversas informais, os vereadores afirmam
que a situação de Maeli e Izar é
ainda pior do que a de Vicente
Viscome (expulso do PPB), que já
teve seu mandato cassado.
Izar
A pior situação é a de Izar, acusado de irregularidades na Administração Regional da Lapa. Contra ele, há provas materiais, como
um cheque de propina na conta
de um assessor e documentos
apresentados por um comerciante extorquido por fiscais daquela
regional.
Para piorar, Izar conquistou a
antipatia dos sete membros da comissão por três motivos: não ter
comparecido para prestar depoimento, não enviar advogado para
participar das sessões e ter entregue uma defesa com apenas três
páginas, desacreditando o trabalho da comissão.
Maeli
As acusações contra Maeli também são acompanhadas de provas materiais, como o boletim de
ocorrência do roubo de um carro
cedido pela Vega Ambiental para
uso particular da vereadora.
A tática de defesa de Maeli, segundo um membro da comissão,
foi intimidar os vereadores que a
investigam.
Ela procurou os membros e disse ter dossiês de irregularidades
cometidas por eles. Caso a comissão decida por sua cassação, ela
promete divulgar os dossiês.
Mas as ameaças não assustaram
a comissão. Na opinião de um vereador, ninguém tem coragem de
"segurar o rojão" de absolver
Maeli e Izar.
Além disso, há um acordo dos
vereadores governistas para "limpar a imagem" da Câmara, que teve início com a cassação de Viscome e inclui as punições a Izar e
Maeli e a aprovação de projetos
populares.
Por isso, há pressa em concluir
rapidamente os trabalhos das comissões e enviar os relatórios ao
plenário logo após o recesso, para
que os vereadores iniciem o segundo semestre com uma melhor
imagem perante a população.
A decisão final sobre a cassação
dos mandatos de Izar e de Maeli
depende do plenário. Após o recebimento dos relatórios, o presidente da Câmara, Armando Mellão, tem dez dias para marcar sessões extras de julgamento.
Em votações secretas, os vereadores decidem o futuro de Izar e
Maeli. Para haver a cassação, são
necessários 37 votos. Não podem
votar os envolvidos e o autor da
denúncia, José Eduardo Cardozo
(PT), presidente da extinta CPI da
máfia da propina.
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