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Torre de 7 toneladas desaba e mata um
Funcionário trabalhava na manutenção da antena, de 174 metros, instalada no quilômetro 43 da rodovia Imigrantes
Trabalhadores substituíam peças enferrujadas de equipamento, que havia sido vistoriado seis meses atrás; vítima deixa 2 filhos
VINÍCIUS SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma torre de radiotransmissão de sete toneladas e 174 metros (o equivalente a um prédio
de 58 andares) desabou ontem
de manhã em São Bernardo,
matando uma pessoa e ferindo
outras seis -uma está em estado grave. O montador Francisco Airton Silva de Sousa, 45,
deixa dois filhos.
A torre, instalada no quilômetro 43 da rodovia Imigrantes, pertencia à rádio Vip São
Paulo, que retransmite a programação da rádio Bandeirantes à Baixada Santista e ao ABC.
O acidente ocorreu por volta
das 8h30, durante um serviço
de reforço da estrutura. Sousa
trabalhava para a Diontel, empresa contratada para realizar a
manutenção. No momento da
queda, de acordo com funcionários que estavam no local,
Sousa tentava tirar um parafuso a um metro da base da torre.
"Estava puxando o parafuso
do lado de fora. Ele estava por
dentro. De repente, a torre começou a desabar. Infelizmente,
ele não conseguiu fugir", disse
Paulo Wilson da Silva, que sofreu ferimentos leves.
A torre caiu em um terreno
ao lado da rodovia, atingindo
um depósito onde eram guardados equipamentos.
Dionésio Augusto de Sousa,
proprietário da Diontel, empresa de montagem e manutenção de estruturas metálicas,
também trabalhava no local no
momento do acidente e sofreu
ferimentos leves. Em depoimento à polícia, Dionésio disse
que, durante os 15 anos que
atua no ramo, nunca havia passado por acidente semelhante.
A Diontel não possui quadro
permanente de funcionários.
Os montadores que faziam a
obra eram contratados por regime de empreitada. "O Dionésio trabalhava para nós há 14
anos, era de confiança", afirmou José Elias Sobral, sócio-administrador da Rádio Vip.
Inquérito e apuração
O delegado Gilberto Peranovich disse que só poderá saber
se houve responsabilidade por
parte de algum funcionário ou
das empresas envolvidas depois dos laudos periciais e depoimentos das testemunhas.
Ele disse, porém, que o caso
pode evoluir para homicídio
culposo (sem intenção). "O fato
é a que a torre estava lá, e quando foram mexer, caiu."
Na opinião do coordenador
da divisão de estruturas do Instituto de Engenharia, Natan
Levental, há duas hipóteses para a causa do acidente, que podem figurar conjuntamente.
"Ou os outros parafusos que
seguravam a viga que estava
sendo manuseada estavam enferrujados e não agüentaram a
carga extra, ou houve algum erro no procedimento. O ideal seria sustentar a estrutura com
macacos hidráulicos enquanto
se realizava a troca do parafuso", disse Levental.
Na polícia, José Elias Sobral
informou que houve uma inspeção de rotina há seis meses
na torre, quando foi constatada
a necessidade de substituição
de algumas peças enferrujadas.
Essa seria uma das razões para
a manutenção que vinha sendo
feita ontem.
Os feridos passaram pelo
hospital e foram liberados, à exceção de Maílton Batista, que
até ontem se encontrava no
Hospital de Cubatão, onde passaria por uma cirurgia.
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