São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2007

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Oxford fecha Centro de Estudos Brasileiros por falta de doadores

Espaço auxiliava os estudantes que tinham o Brasil como tema de pesquisa

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Universidade de Oxford, na Inglaterra, decidiu encerrar as atividades do Centro de Estudos Brasileiros, que há dez anos funciona dentro da instituição. O motivo é a falta de doadores. As atividades eram financiadas quase que totalmente por patrocinadores brasileiros.
Desde o início de agosto, a casa onde funcionava o centro brasileiro teve de ser devolvida e foi ocupada pelo Centro de Estudos Africanos.
Professores e funcionários do local têm até 30 de outubro para conseguir novos doadores. Caso isso não ocorra, eles passarão a fazer parte do Centro de Estudos Latino-Americanos, que funciona na instituição desde 1964. Para os docentes, será difícil manter o centro brasileiro porque a universidade acha mais conveniente unir os centros para cortar gastos.
O Brasil é o único país da América Latina que mantinha um centro próprio. As principais atividades eram desenvolver estudos avançados, seminários e workshops sobre o país.
O centro também acompanhava os estudantes que estavam em Oxford fazendo pesquisas sobre o Brasil e lhes dava apoio logístico. Nos dez anos de funcionamento, mais de cem alunos de diversas nacionalidades foram atendidos.
Entre os visitantes do centro, estão o economista Persio Arida, um dos articuladores do Plano Real, que entre novembro de 2005 e junho deste ano estudou a dependência externa e políticas brasileiras.
Na lista de pesquisadores associados, estão nomes como Miguel Carter, professor de desenvolvimento internacional da American University, em Washington (EUA), que trabalhou o tema "MST e reforma agrária no Brasil", e também Oswaldo Dehon Roque Reis, professor de relações internacionais da Universidade de Brasília, que comparou as questões de segurança na América do Sul e na Europa.
O diretor do centro, o historiador Leslie Bethell, está de férias no Brasil e por e-mail apenas confirmou que, a menos que novos doadores se apresentem, as atividades serão mesmo transferidas para o centro latino-americano.
Nos últimos anos, os principais doadores foram a Shell Brasil, a Unilever Brasil, a Petrobras e o York Group.
A direção da Universidade de Oxford também foi procurada pela Folha, e seu escritório de mídia informou que as explicações deveriam ser dadas pelo centro brasileiro, já que não havia informações adicionais a serem fornecidas.

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