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Oxford fecha Centro de Estudos Brasileiros por falta de doadores
Espaço auxiliava os estudantes que tinham o Brasil como tema de pesquisa
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Universidade de Oxford, na
Inglaterra, decidiu encerrar as
atividades do Centro de Estudos Brasileiros, que há dez anos
funciona dentro da instituição.
O motivo é a falta de doadores.
As atividades eram financiadas
quase que totalmente por patrocinadores brasileiros.
Desde o início de agosto, a casa onde funcionava o centro
brasileiro teve de ser devolvida
e foi ocupada pelo Centro de
Estudos Africanos.
Professores e funcionários
do local têm até 30 de outubro
para conseguir novos doadores.
Caso isso não ocorra, eles passarão a fazer parte do Centro de
Estudos Latino-Americanos,
que funciona na instituição
desde 1964. Para os docentes,
será difícil manter o centro brasileiro porque a universidade
acha mais conveniente unir os
centros para cortar gastos.
O Brasil é o único país da
América Latina que mantinha
um centro próprio. As principais atividades eram desenvolver estudos avançados, seminários e workshops sobre o país.
O centro também acompanhava os estudantes que estavam em Oxford fazendo pesquisas sobre o Brasil e lhes dava
apoio logístico. Nos dez anos de
funcionamento, mais de cem
alunos de diversas nacionalidades foram atendidos.
Entre os visitantes do centro,
estão o economista Persio Arida, um dos articuladores do
Plano Real, que entre novembro de 2005 e junho deste ano
estudou a dependência externa
e políticas brasileiras.
Na lista de pesquisadores associados, estão nomes como
Miguel Carter, professor de desenvolvimento internacional
da American University, em
Washington (EUA), que trabalhou o tema "MST e reforma
agrária no Brasil", e também
Oswaldo Dehon Roque Reis,
professor de relações internacionais da Universidade de
Brasília, que comparou as
questões de segurança na América do Sul e na Europa.
O diretor do centro, o historiador Leslie Bethell, está de férias no Brasil e por e-mail apenas confirmou que, a menos
que novos doadores se apresentem, as atividades serão
mesmo transferidas para o centro latino-americano.
Nos últimos anos, os principais doadores foram a Shell
Brasil, a Unilever Brasil, a Petrobras e o York Group.
A direção da Universidade de
Oxford também foi procurada
pela Folha, e seu escritório de
mídia informou que as explicações deveriam ser dadas pelo
centro brasileiro, já que não
havia informações adicionais a
serem fornecidas.
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