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Moradores dizem não a construção na orla do Guaíba
Consulta pública mantém proibição para prédios residenciais
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Os habitantes de Porto Alegre decidiram ontem, por meio
de uma consulta pública, manter a proibição para a construção de edifícios residenciais em
um terreno privado às margens
do rio Guaíba, um dos símbolos
da cidade.
O voto era facultativo, e 22,5
mil habitantes declararam os
seus. A população local é de
1,42 milhão de pessoas.
O "não" aos prédios residenciais no local venceu por larga
vantagem: 18.212 votos (80,7%)
contra 4.362 (19,3%) a favor do
projeto.
A área em disputa tem 60 mil
metros quadrados (o equivalente a seis campos de futebol)
e pertencia ao Estaleiro Só, que
faliu em 1995.
Nas mãos da iniciativa privada desde 2005, o uso do terreno
virou polêmica no ano passado
quando a atual dona, a BM Par,
informou que pretendia erguer
um complexo de edifícios de escritórios e apartamentos. Só
prédios comerciais eram permitidos.
A lei de ocupação no local,
que vedava a construção de
imóveis residenciais, foi alterada pela Câmara Municipal, mas
houve protestos de ambientalistas e ativistas comunitários.
O prefeito José Fogaça
(PMDB) decidiu submeter a
questão a consulta pública.
Polêmica
No início deste ano, a BM Par
anunciou a desistência do projeto, mas o município manteve
a consulta para dar resposta definitiva à polêmica.
"Não é uma área com a qual
as pessoas tenham indiferença.
Tem um valor simbólico. Poderia ser sim, poderia ser não. Isso tem tal importância na cidade que seria arbitrário se um
prefeito tomasse uma decisão
em nome dessa simbologia",
disse Fogaça.
A vantagem do "não" era perceptível durante a votação, e
um dos argumentos mais repetidos pelos eleitores foi que a
decisão sobre o terreno do antigo estaleiro criaria precedente
para a ocupação de outras áreas
da orla do Guaíba, que tem 72
km de extensão.
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