|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPINIÃO
Tempo dado para a adaptação da indústria é longo demais
MARIA INÊS DOLCI
COLUNISTA DA FOLHA
Crianças e adolescentes
com o corpo vergado pelo peso de mochilas escolares é cena já incorporada ao nosso
dia a dia. Parece normal, mas
não é. Material escolar, aliás,
não é inócuo para a saúde.
As borrachas podem ter
excesso de ftalato, substância utilizada como aditivo em
plásticos. A concentração
permitida é 0,1%, mas, às vezes, borrachas contêm 50 vezes esse índice, provocando
riscos como danos ao fígado,
rins, pulmões e uma pequena possibilidade de câncer.
Massas de modelar, cola e
tinta guache podem conter
alta concentração de mercúrio, arsênio e chumbo. Esses
metais, se ingeridos ou em
contato com a pele, também
podem provocar doenças.
O Inmetro vai regulamentar os artigos escolares. A
proposta de consulta esteve
no site da entidade até o último dia 21 de julho. Os materiais considerados são os utilizados em ambiente escolar
e em atividades educativas.
Teremos, assim, mais segurança e proteção à saúde.
Há duas questões a considerar. A primeira é que as exigências só vão vigorar em
2013. O tempo de adaptação
me parece longo demais. Afinal, tratamos de ameaças à
saúde, à segurança e à vida.
A segunda se refere à fiscalização. Sem zelar pelo cumprimento das normas, elas
serão letra morta. O Inmetro
terá de fazer a regulamentação valer por bem ou por mal.
Pais, familiares, amigos e
professores, contudo, podem
e devem participar do processo. Pesquisas são realizadas periodicamente sobre
material escolar. Se indicarem abusos, que sejam denunciados e divulgados.
Texto Anterior: País não tem dados sobre intoxicações Próximo Texto: Rubem Alves: Os ipês-amarelos Índice
|