São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

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OPINIÃO

Tempo dado para a adaptação da indústria é longo demais

MARIA INÊS DOLCI
COLUNISTA DA FOLHA


Crianças e adolescentes com o corpo vergado pelo peso de mochilas escolares é cena já incorporada ao nosso dia a dia. Parece normal, mas não é. Material escolar, aliás, não é inócuo para a saúde.
As borrachas podem ter excesso de ftalato, substância utilizada como aditivo em plásticos. A concentração permitida é 0,1%, mas, às vezes, borrachas contêm 50 vezes esse índice, provocando riscos como danos ao fígado, rins, pulmões e uma pequena possibilidade de câncer.
Massas de modelar, cola e tinta guache podem conter alta concentração de mercúrio, arsênio e chumbo. Esses metais, se ingeridos ou em contato com a pele, também podem provocar doenças.
O Inmetro vai regulamentar os artigos escolares. A proposta de consulta esteve no site da entidade até o último dia 21 de julho. Os materiais considerados são os utilizados em ambiente escolar e em atividades educativas.
Teremos, assim, mais segurança e proteção à saúde.
Há duas questões a considerar. A primeira é que as exigências só vão vigorar em 2013. O tempo de adaptação me parece longo demais. Afinal, tratamos de ameaças à saúde, à segurança e à vida.
A segunda se refere à fiscalização. Sem zelar pelo cumprimento das normas, elas serão letra morta. O Inmetro terá de fazer a regulamentação valer por bem ou por mal.
Pais, familiares, amigos e professores, contudo, podem e devem participar do processo. Pesquisas são realizadas periodicamente sobre material escolar. Se indicarem abusos, que sejam denunciados e divulgados.


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