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SP paga aluguel há 2 anos por causa de obra que nem iniciou
R$ 236 mil são pagos por mês desde maio de 2008, num total de R$ 11 milhões; contrato foi feito sem licitação
Prédio foi alugado na área nobre dos Jardins até reforma de edifício no Itaim Bibi, que pode custar R$ 22,3 milhões
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
O governo de SP paga desde maio de 2008 um aluguel
mensal de R$ 236,7 mil por
um prédio na área nobre dos
Jardins para abrigar provisoriamente a Secretaria de Economia e Planejamento durante a reforma da sua sede,
que, porém, nem começou.
O aluguel do prédio -de
3.458 m2 e 14 andares, na alameda Jaú, próximo à avenida
Paulista- é alvo de inquérito
do Ministério Público de SP.
O contrato foi firmado por
48 meses, apesar de o prazo
previsto para a reforma ser de
18 meses. No total, a locação
custará R$ 11,364 milhões.
O imóvel, escolhido sem licitação, é do empresário Jorge Miguel Yunes, que ficou
célebre ao emprestar R$ 800
mil ao ex-prefeito Celso Pitta
entre 1997 e 1999 -ambos foram absolvidos da acusação
de corrupção feita à época.
A escolha da sede provisória recaiu sobre a região com
um dos metros quadrados
mais caros da capital -R$
150, segundo a empresa de
consultoria CB Richard Ellis.
De acordo com a secretaria, o prédio foi "escolhido
pela proximidade com o Palácio dos Bandeirantes e porque a região oferece preços
substancialmente mais baixos que o Itaim Bibi [onde fica o edifício-sede da pasta]".
O imóvel fica a 9 km do Palácio dos Bandeirantes, onde
fica o gabinete do secretário,
Francisco Vidal Luna. Outras
secretarias -como a da Educação (praça da República) e
a da Justiça (Pátio do Colégio)- ficam no centro, onde
o metro quadrado custa em
média R$ 27 e a distância para o palácio é de 13 km.
REFORMA
A secretaria espera gastar
até R$ 22,3 milhões na revitalização da sede no Itaim Bibi.
O imóvel, de 15 andares, fica
na rua Iguatemi, quase no
cruzamento da avenida Faria
Lima com a rua Tabapuã, outra área nobre da cidade.
O valor é mais que o dobro
do que a Secretaria da Habitação reservou no Orçamento 2010 para investir na urbanização do Jardim Pantanal
(zona leste), uma das mais
afetadas pelas chuvas do último verão (R$ 7,8 milhões),
e da favela de Paraisópolis,
zona sul (R$ 10,3 milhões).
No prédio, trabalhavam
cerca de 400 pessoas, que tiveram, segundo a secretaria,
de ser remanejadas de forma
gradual, o que levou ao hiato
de mais de dois anos entre a
assinatura do contrato de
aluguel e a desocupação total do edifício, que só terminou em maio deste ano.
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