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OTTO CYRILLO LEHMANN (1914-2010)
Protegeu o acionista minoritário
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em 1976, o senador Otto
Cyrillo Lehmann enfrentou a
fúria dos autores da Lei das
Sociedades Anônimas.
Ao propor a emenda que
protegia os acionistas minoritários no caso de mudança
de controle de uma companhia aberta, foi acusado de
mutilar o projeto de modernização da legislação do mercado de capitais.
Apoiado pelo ministro da
Fazenda Mário Henrique Simonsen, o presidente Ernesto Geisel, porém, aprovou a
Emenda Lehmann sem veto.
O episódio marcou a carreira política do advogado
criminalista descendente de
alemães e formado em direito em Niterói.
No Rio, conheceu Maria de
Lourdes, com quem se casou
em 1939 e teve duas filhas.
A lua de mel foi em São Paulo, trabalhando no escritório
recém-aberto.
Fumava charutos, por vezes enquanto escrevia, e tinha a habilidade de passá-los com destreza de um canto
para o outro da boca.
Foi presidente do Tribunal
de Contas do Estado de São
Paulo e fundador do primeiro Conselho da Associação
dos Advogados.
Além disso, foi eleito várias vezes para o Conselho da
Ordem dos Advogados do
Brasil. Integrou por mais de
20 anos o Conselho Penitenciário do Estado e foi secretário jurídico da Prefeitura de
São Paulo.
Exerceu o cargo de senador pela Arena, de 1976 a
1979, e escreveu a Lei Lehmann, que regulamenta o loteamento do solo urbano.
Morreu na quarta-feira,
aos 95, em São Paulo, por
complicações de uma pneumonia. Deixa duas filhas,
quatro netos e oito bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br
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