São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2010

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OTTO CYRILLO LEHMANN (1914-2010)

Protegeu o acionista minoritário

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em 1976, o senador Otto Cyrillo Lehmann enfrentou a fúria dos autores da Lei das Sociedades Anônimas.
Ao propor a emenda que protegia os acionistas minoritários no caso de mudança de controle de uma companhia aberta, foi acusado de mutilar o projeto de modernização da legislação do mercado de capitais.
Apoiado pelo ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen, o presidente Ernesto Geisel, porém, aprovou a Emenda Lehmann sem veto.
O episódio marcou a carreira política do advogado criminalista descendente de alemães e formado em direito em Niterói.
No Rio, conheceu Maria de Lourdes, com quem se casou em 1939 e teve duas filhas. A lua de mel foi em São Paulo, trabalhando no escritório recém-aberto.
Fumava charutos, por vezes enquanto escrevia, e tinha a habilidade de passá-los com destreza de um canto para o outro da boca.
Foi presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e fundador do primeiro Conselho da Associação dos Advogados.
Além disso, foi eleito várias vezes para o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil. Integrou por mais de 20 anos o Conselho Penitenciário do Estado e foi secretário jurídico da Prefeitura de São Paulo.
Exerceu o cargo de senador pela Arena, de 1976 a 1979, e escreveu a Lei Lehmann, que regulamenta o loteamento do solo urbano.
Morreu na quarta-feira, aos 95, em São Paulo, por complicações de uma pneumonia. Deixa duas filhas, quatro netos e oito bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br


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