São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Próximo Texto | Índice

TRÂNSITO

Assim como ônibus, automóveis passaram a andar mais rápido com novo túnel e corredor; em alguns trechos, velocidade caiu

Carros ganham até 10 minutos na Rebouças

ALENCAR IZIDORO
VICTOR RAMOS
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como os ônibus, os automóveis também tiveram alguma melhoria na fluidez na av. Rebouças depois da inauguração do túnel sob a Brigadeiro Faria Lima e do corredor Passa Rápido na faixa da esquerda, ocorrida há dez dias.
Mas a economia de tempo dos motoristas em relação ao período anterior às obras ainda é pequena pela manhã e não se estende a todos os trechos da via. Houve casos em que a velocidade dos carros chegou até a ter redução.
Essas indicações são resultado de duas medições detalhadas do trânsito nos 4,35 km do eixo Eusébio Matoso/Rebouças, feitas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) em dias úteis de maio de 2003 e ontem, quando a Folha acompanhou os trabalhos dos técnicos das 7h às 20h.
O tempo médio pela manhã -das 7h às 11h- para andar por toda a extensão da avenida no sentido bairro-centro foi de 16 minutos e 13 segundos, queda de só 2 minutos e 5 segundos em relação à medição de 16 meses atrás.
À tarde e à noite -das 16h às 20h-, no sentido centro-bairro, essa duração foi de 12 minutos e 15 segundos, contra 22 minutos e 53 segundos em maio de 2003.
Esses intervalos servem apenas como parâmetros de dias típicos desse eixo (com pequenas interferências, como a quebra de veículos), já que a lentidão do trânsito tem componentes imprevisíveis.
Essa redução de apenas dois minutos no tempo de quem geralmente vai ao trabalho e de dez minutos de quem volta é atribuída principalmente à liberação da passagem subterrânea de R$ 97,4 milhões, construída em 2004 pela gestão Marta Suplicy (PT). A obra foi alvo de críticas de alguns especialistas, que esperavam efeitos limitados e criticavam a priorização ao transporte individual.
O túnel e a faixa exclusiva de ônibus foram inaugurados às vésperas das eleições, de forma improvisada -como uma passarela e um elevador que levam ao canteiro central e que foram trocados após quebras e reclamações de insegurança por parte de pacientes do Hospital das Clínicas.
A prefeitura rebate as contestações dos especialistas alegando que a verba, por ser da Operação Urbana Faria Lima, não poderia ser usada em outra região, e que também construiu um corredor de ônibus que reduziu pela metade a duração da viagem de coletivo da zona sul ao centro -de 80 para 40 minutos.
O secretário de Projetos Especiais da prefeitura, Valdemir Garreta, afirma que a redução de tempo nas viagens de carro justifica os gastos no túnel -apesar da piora da lentidão em alguns trechos e da tendência de aumento da frota, fenômeno que tende a minimizar, no decorrer dos anos, as vantagens da obra. Somente de maio de 2003 para cá, a cidade ganhou 200 mil veículos.


Próximo Texto: Trânsito: Na Rebouças, rush é na hora do almoço
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.