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Teste de HIV é sugerido como rotina
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Os Centros de Controle e
Prevenção de Doenças dos
EUA (CDC) recomendaram,
na última quinta-feira, que o
exame de sangue para o HIV
(vírus da imunodeficiência
adquirida) passe a ser solicitado de rotina nas consultas
médicas, assim como exames
de colesterol e diabetes, por
exemplo.
A pesquisa de rotina em epidemias para identificar portadores de doenças transmissíveis é uma ferramenta útil em
saúde pública, porque permite efetuar medidas preventivas antes da eclosão dos sintomas. O tratamento, por sua
vez, e outros cuidados reduzem as probabilidades de
transmissão da doença.
Foi o que ocorreu quando se
introduziu o exame de rotina
para o HIV no sangue de todos
os doadores, o que eliminou a
transmissão de Aids associada
à transfusão de sangue. Da
mesma forma, o exame realizado de rotina nas gestantes, e
quando indicada a administração de drogas anti-retrovirais, reduziu a Aids nos bebês
para menos de 2% nesse grupo, também nos EUA.
Outra recomendação do
CDC é fazer a pesquisa do
HIV principalmente na faixa
etária entre 13 e 64 anos de
idade. Este é o grupo considerado mais freqüentemente infectado pelo HIV e que desconhece ser portador do vírus.
Pesquisa do CDC observou
que 47% dos colegiais norte-americanos já tiveram relações sexuais pelos menos uma
vez e 37% dos estudantes sexualmente ativos não usaram
camisinha na última relação.
Para o grupo com idade entre 50 e 64 anos, uma pesquisa
realizada nos Estados Unidos
indicou o percentual de 13%
de novos casos de infecção pelo HIV. A explicação para esse
nível de contaminação pelo
vírus é que esses "quase idosos" (idoso é quem tem mais
de 65 anos) com presença na
atividade sexual têm conhecimento limitado sobre os fatores de risco para o HIV.
Finalmente, para quem tem
mais de 64 anos, este exame
não foi recomendado como
rotina médica (com as exceções de praxe), já que o percentual de infecções pelo HIV
em pessoas com mais de 65
anos está abaixo dos 2%.
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