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89 controladores de voo são denunciados
Militares são acusados pelo Ministério Público de atentar contra o tráfego aéreo em motim que causou apagão aéreo
Dois sargentos acusados de liderar a paralisação dos controladores de voo, em março de 2007, podem ainda ser expulsos da FAB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público Militar
ofereceu denúncia à Justiça
contra os 89 controladores de
voo militares que participaram
da paralisação do tráfego aéreo
em 30 de março de 2007. Naquele dia, todos os voos do país
foram interrompidos por 30
horas, gerando o que ficou conhecido como apagão aéreo.
A instituição acusa especificamente os sargentos Edleuzo
Cavalcante e Carlos Trifílio,
apontados como líderes do motim, pela prática de "incitação"
e pede que eles sejam expulsos
da FAB (Força Aérea Brasileira). Todos os demais responderão por desobediência e atentado contra o tráfego aéreo. A informação foi publicada pelo
jornal "O Estado de S. Paulo".
Após o choque no ar do
Boeing da Gol com um jato Legacy, em setembro de 2006, os
controladores militares iniciaram protestos contra excesso
de trabalho, falhas nos equipamentos e defasagem tecnológica dos Cindactas (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), que resultaram na paralisação.
Inicialmente, os controladores ficaram aquartelados sem
trabalhar no Cindacta 1 (Brasília). Depois, o movimento se
expandiu para outras regiões.
O MPM caracteriza o ato dos
controladores como uma
"conspiração" que teria se iniciado após o acidente.
"A data de 30 de março de
2007 foi intencionalmente escolhida para a suspensão dos
trabalhos. Naquela dia, haveria
uma confraternização no Cindacta 1, o presidente da República, o vice-presidente, o ministro da Defesa, a ministra-chefe da Casa Civil e a procuradora-geral de Justiça Militar
estavam fora de Brasília e, para
completar o ciclo de circunstâncias favoráveis, o comando
da Força Aérea acabara de ser
trocado e o próprio Cindacta 1
estava mudando de chefia", diz.
O advogado da ABCTA (Associação Brasileira dos Controladores do Tráfego Aéreo), Roberto Sobral, criticou ontem o
que chamou de ligação "espúria" entre o Ministério Público
e a Justiça militares. "O Ministério Público não teve a coragem de dizer quais crimes de fato foram cometidos."
"Esperamos que movam o
processo até que ele chegue ao
Supremo, onde iremos mostrar
que a Justiça Militar é uma Justiça de exceção", afirmou.
Colaborou a Folha Online
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