São Paulo, sábado, 24 de setembro de 2011

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Agressão escolar virou rotina, afirma sindicato

DE SÃO PAULO

Casos de agressões físicas e verbais de alunos contra professores viraram rotina, dizem profissionais da categoria ouvidos pela Folha.
O sindicato dos professores da rede municipal de São Paulo afirma que há escolas em que funcionários chegam a recolher armas brancas levadas pelos alunos. Tais armas são devolvidas no final da aula, por causa do medo de retaliações.
Com a condição de não ser identificado, um professor relatou à Folha que já foi ameaçado por um aluno armado com faca em uma escola municipal da zona sul. "[Este tipo de situação] é comum.
Conheço colegas ameaçados com armas de fogo", afirma ele.
A Secretaria Municipal de Educação diz que não recebeu comunicados sobre apreensão de armas de qualquer natureza nas dependências de suas escolas.
Em Guaimbê (449 km de São Paulo), a professora de matemática Sandra Inês Bontempo ainda sofre com crises de pânico depois que um aluno atirou uma carteira escolar nela. O fato ocorreu há cerca de seis meses.
Afastada do trabalho, ela diz que evita até passar em frente à escola estadual onde dava aulas.
Na semana passada, uma docente da rede estadual foi agredida por um aluno de seis anos em Diadema, na Grande São Paulo, segundo o Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP). Ainda segundo a Apeoesp, 80% dos professores sindicalizados relataram que já presenciaram ou souberam de colegas agredidos física ou verbalmente.
Atualmente, tanto prefeitura de São Paulo quanto o governo do Estado não possuem levantamento de professores agredidos ou ameaçados por alunos nas escolas de suas redes.
A tensão causada por casos como o desta semana em São Caetano atinge também professores da rede privada. "Meu filho me falou: 'mãe, não brigue com aluno, quero que você viva'", disse Maria Izilda, da rede particular de São Caetano. (RICARDO SCHWARZ, FELIPE LUCHETE, FERNANDO SILVA E LEONARDO RODRIGUES)


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