São Paulo, sábado, 24 de setembro de 2011

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Arquitetos fazem pressão por concurso para mobiliário urbano

Vencedor desenharia modelos de relógios de rua e abrigos de ônibus

EVANDRO SPINELLI

DE SÃO PAULO

Com a aprovação do projeto que autoriza a colocação de propaganda no mobiliário urbano de São Paulo, arquitetos reiniciaram o lobby pela abertura de um concurso para a escolha dos modelos dos novos relógios de rua e abrigos de paradas de ônibus.
A ideia da gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) é realizar uma licitação do tipo "técnica e preço" para a realização do serviço.
Nesse formato, as empresas que disputam a licitação apresentam o modelo de equipamento que elas pretendem implantar e cada uma recebe uma nota por isso, concedida por técnicos.
Os opositores desse modelo acreditam que a nota diminui a competitividade e abre espaço para a corrupção.
Já os defensores do método argumentam que a licitação assim é mais rápida e permite aumentar a receita da prefeitura com a concessão do serviço.
Alegam que a empresa poderia trabalhar com um modelo de equipamento que ela já conhece, o que reduziria o custo de aquisição e manutenção das peças.
O arquiteto Lúcio Gomes Machado relatou uma reunião com Kassab em 2006, quando foi aprovada a Lei Cidade Limpa, na qual o prefeito teria dito que não pretendia fazer concurso para a escolha do modelo do mobiliário porque não havia tempo.
"Essa questão está muito mal colocada. Não havia tempo para fazer o concurso, mas demorou cinco anos para aprovar a licitação", disse o arquiteto.
A presidente da seção paulista do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), Rosana Ferrari, disse que a entidade também quer o concurso.
"É a maneira mais democrática de fazer projeto e de ter certeza que os melhores projetos vão aparecer."
Ela disse que o IAB-SP começou uma conversa com a prefeitura sobre o tema em 2010, mas não avançou.
Oficialmente, a prefeitura diz que o modelo de licitação ainda está sendo estudado.
A Folha apurou que a ideia é permitir a instalação de publicidade em até 10 mil locais.
A meta é concluir a licitação até meados de 2012. A instalação só terminaria às vésperas da Copa de 2014.


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