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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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LEGISLATIVO

Para juiz, vereadora só poderia ser afastada após julgamento final de ação

Liminar é suspensa e Athiê reassume

DA REPORTAGEM LOCAL

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo suspendeu parcialmente ontem a liminar que, no último dia 7, afastou a vereadora Myryam Athiê (PPS) de seu cargo na Câmara Municipal. Ela deve reassumir hoje seu mandato. Os bens da vereadora, contudo, continuam indisponíveis até o limite de R$ 160 mil.
O desembargador Paulo Shintate concedeu liminar em mandado de segurança impetrado pela vereadora contra o desembargador Manoel Ricardo Rebello Pinho, que havia mantido a decisão de afastamento de Athiê, proferida em uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa.
Em sua decisão, Shintate diz que permitiu a volta da vereadora porque "o pleno exercício de suas funções parlamentares não pode ser obstaculizado por liminar em ação civil pública". Ele afirma que o afastamento do cargo só pode ocorrer após o julgamento final da ação -que geralmente demora mais de dez anos.
Os advogados de Athiê pediram o mandado de segurança na terça, após alguns revezes judiciais. Eles já haviam pedido em primeira instância que a decisão fosse reconsiderada. Como o juiz manteve o afastamento, Athiê entrou com um agravo de instrumento no TJ para tentar suspender a liminar, mas o tribunal a manteve.
"O argumento [do mandado de segurança] é que não existe nenhuma prova que possa calcar o afastamento dela, apenas afirmações de pessoas que não têm credibilidade", afirma o advogado da vereadora, Rogério Corigliano.
Athiê foi afastada sob a justificativa de que poderia usar o cargo para intimidar as testemunhas da ação civil contra ela.
A vereadora é acusada de receber ao menos R$ 30 mil para favorecer a viação Transportes Urbanos Cidade Tiradentes, que estava sob intervenção da prefeitura. As primeiras denúncias vieram do ex-dono e do ex-diretor da empresa -Samy Jaroviski e Marco José Cândido da Silva-, que foram presos, acusados de estelionato. A vereadora nega as acusações. Segundo sua assessoria, Athiê se pronunciará sobre o caso na terça, no plenário da Casa.
O Ministério Público pode recorrer da decisão. O mandado de segurança ainda será julgado no mérito, e o mandato da vereadora poderá ser suspenso novamente.


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