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Piloto de cargueiro irá depor na apuração sobre vôo 1907
Após choque, Alexander Gomez fez "ponte" para que jato se comunicasse com a torre
Em entrevista, ele afirmou ter ajudado o controlador aéreo da serra do Cachimbo e os tripulantes do Legacy a se comunicarem por rádio
DA REPORTAGEM LOCAL
As autoridades que investigam o acidente entre o Boeing-737/800 da Gol e o jato executivo Legacy, que resultou na
morte de 154 pessoas, vão convocar para depor nos próximos
dias o piloto Alexander Gomez,
responsável por uma aeronave
de carga que ajudou os pilotos
do avião menor a fazer contato
com uma das torres de controle
aéreo que opera na região do
acidente, em 29 de setembro.
De acordo com um oficial do
Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos) da FAB (Força
Aérea Brasileira), o depoimento de Alexandre Gomez sobre a
conversa que teve com a torre
de controle e os pilotos do Legacy, somado ao conteúdo da
caixa-preta do Boeing da Gol,
poderá ser de "fundamental
importância" para que o acidente seja esclarecido.
Ponte de comunicação
Segundo reportagem exibida
ontem pelo jornal "Fala Brasil",
da Record, logo após os pilotos
do Legacy, os americanos Joe
Lepore e Jean Palladino, constatarem problemas na aeronave, Gomez fez uma ""ponte de
comunicação" entre o jato e a
base de controle de vôo na região do acidente, na serra do
Cachimbo (PA).
Com o rádio do avião cargueiro, que pilotava na mesma
rota das duas aeronaves envolvidas no acidente, vindo de
Miami (EUA) para São Paulo,
Gomez ajudou o controlador de
tráfego aéreo da serra do Cachimbo e os pilotos do Legacy a
se comunicarem.
Segundo o piloto, o pedido de
ajuda dos tripulantes do Legacy
ocorreu cerca de quatro minutos após o toque entre o avião e
o Boeing, "cerca de 200 ou 300
quilômetros depois de Alta Floresta (MT)", contou Gomez,
para quem o acidente entre o
Legacy e o Boeing ocorreu "por
uma falha de comunicação".
Emergência
"Escutei na freqüência de
emergência o Legacy pedindo
ajuda. Ele [piloto do Legacy] sabia de um aeroporto, mas não
sabia o nome e não tinha o contato das freqüências para pousar", explicou Gomez, que também ajudou a torre de controle
e a tripulação do jato a minimizar um problema de entendimento de língua, pois o controlador de vôo não conseguia entender o Legacy e vice-versa.
As assessorias de imprensa
da FAB e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foram
procuradas pela reportagem
para comentar a ação de Gomez, mas não se pronunciaram
sobre o assunto.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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