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Senado aprova guarda conjunta de filhos por pais separados
Projeto de lei agora volta para Câmara dos Deputados
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plenário do Senado aprovou ontem um projeto de lei
que estabelece a guarda compartilhada de filhos de casais
separados judicialmente ou divorciados. Com isso, pais e
mães passam a ter os mesmos
direitos sobre os filhos em caso
de separação.
De acordo com o projeto, que
retorna para a Câmara dos Deputados, decisões importantes
sobre o futuro da criança terão
de ser tomadas em conjunto caso o juiz conceda a guarda compartilhada.
O relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), disse
que caberá aos dois definir, por
exemplo, a escola, o médico e
onde a criança irá passar as férias. "Os dois terão de freqüentar a reunião de pais [do colégio]", exemplificou.
Ele afirma que a idéia é evitar
a figura do "ex-filho", o que
ocorre muitas vezes quando a
guarda é unilateral. "Os pais,
principalmente os homens, nas
separações, acabam pagando
pensão alimentícia, mas participando pouco da educação e
da vida dos filhos em razão das
limitações impostas em juízo,
que deixam de existir com a
aprovação do projeto", disse.
Atualmente, afirmou, a custódia conjunta só é dada quando há acordo entre as partes.
Pelo projeto, essa passará a ser
a primeira opção do juiz.
O texto define que, "quando
não houver acordo entre a mãe
e o pai, quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que
possível, a guarda compartilhada". As atribuições do pai e da
mãe nesse regime serão definidas pelo juiz, que poderá se basear em orientação técnico-profissional ou de uma equipe
interdisciplinar.
Se o pai ou a mãe não cumprirem seu papel na guarda compartilhada, o juiz poderá reduzir prerrogativas atribuídas a
um dos detentores, inclusive
quanto ao número de horas de
convivência com o filho.
Quando o juiz entender que
não há condições de optar pela
guarda compartilhada, pode
definir por entregar a criança
aos cuidados do pai ou da mãe.
Nesse caso, caberá ao juiz escolher entre o que melhor possa
proporcionar afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar, além de saúde, segurança e educação.
O projeto já foi aprovado na
Câmara, mas como sofreu alterações de redação no Senado
terá de voltar a ser analisado
pelos deputados antes de ser
enviado para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Demóstenes disse que não
modificou o mérito do projeto
original, apenas o adequou a
uma melhor técnica legislativa.
O relator citou como exemplo
de alteração feita ao texto da
Câmara dos Deputados a referência "à guarda material, educacional, social e de bem-estar
dos filhos", trecho que foi modificado pelos senadores.
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