São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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Paraolimpíada faz procura crescer, mas sobram vagas para deficientes atletas

DA EQUIPE DE TREINAMENTO

Após a Paraolimpíada de Pequim, na qual o país ganhou 16 medalhas de ouro, a busca pela prática de esportes teve de aumento de até 40% em algumas instituições não-governamentais de São Paulo que têm o esporte para deficientes como foco principal.
Para o atleta Anderson Ferreira, do Grêmio Recreativo Independente de São Paulo: Águias da Cadeira de Rodas, a participação em Pequim de atletas da instituição no basquete em cadeira de rodas atraiu outros atletas.
O aumento na procura foi de 40%, segundo Ferreira. "As pessoas reconheceram que nós fazemos um trabalho sério e nos procuraram. O que nós tentamos mesmo é que as pessoas sejam mais felizes."
Segundo Helder Araújo, presidente do Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos, localizado na Vila Prudente (zona leste), a Paraolimpíada serviu para divulgar a prática do esporte que é desconhecida por muitos deficientes.
"Nós tivemos um aumento considerável de 20% na procura, mas muitas pessoas ainda não sabem que podem praticar esportes". A instituição oferece gratuitamente a prática de esportes como judô, natação, atletismo, goalball (tipo de handball para deficientes visuais) e futsal.

Sobram vagas
A falta de divulgação não é a única razão para a baixa procura da prática de esportes por deficientes em São Paulo. Superproteção das famílias com as pessoas com deficiência, dificuldade com transporte até o clube e desilusão são algumas das causas, segundo o presidente do Clube dos Paraplégicos de São Paulo, João Antônio Bentim, que oferece dez modalidades de esportes adaptados a 400 pessoas, mas apenas metade das vagas está preenchida.
O clube completa 50 anos de fundação este ano e está localizado na Vila Clementino (centro), onde oferece dez modalidades para deficientes.
A 700 metros dali, a sede central da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) utiliza o esporte como parte do processo de tratamento do paciente, depois de triagem e atendimento médico. O esporte é desenvolvido inicialmente como uma terapia, mas, identificados os talentos, esses pacientes passam a treinar como atletas e a participar de competições paradesportivas.
Na associação, os deficientes precisam passar por uma fila de espera que totaliza 32 mil pessoas nas oito unidades espalhadas pelo país.
A ADD (Associação Desportiva para Deficientes) ensina esportes a 130 crianças e 60 adultos. As modalidades incluem basquete adaptado, natação, atletismo e ciclismo para deficientes visuais, praticado em bicicleta dupla com guia.
A entidade trabalha tanto com pessoas que buscam condicionamento físico quanto com atletas, como é o caso do nadador mineiro Daniel Dias, ganhador de nove medalhas na Paraolimpíada de Pequim, sendo quatro de ouro.
A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida tem em seu site (http://tinyurl.com/ 44rcgz) uma lista de organizações que prestam serviço para deficientes. Segundo o órgão, 20 organizações têm o esporte como foco principal.
Basquetebol sobre rodas, voleibol sentado, atletismo, tênis para cadeirante, futebol, esgrima, natação, halterofilismo, tiro esportivo e polybat (tênis de mesa lateral) são algumas das opções para quem deseja se exercitar.
(GL, MM e RA)



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