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Paraolimpíada faz procura crescer, mas sobram vagas para deficientes atletas
DA EQUIPE DE TREINAMENTO
Após a Paraolimpíada de Pequim, na qual o país ganhou 16
medalhas de ouro, a busca pela
prática de esportes teve de aumento de até 40% em algumas
instituições não-governamentais de São Paulo que têm o esporte para deficientes como foco principal.
Para o atleta Anderson Ferreira, do Grêmio Recreativo Independente de São Paulo:
Águias da Cadeira de Rodas, a
participação em Pequim de
atletas da instituição no basquete em cadeira de rodas
atraiu outros atletas.
O aumento na procura foi de
40%, segundo Ferreira. "As
pessoas reconheceram que nós
fazemos um trabalho sério e
nos procuraram. O que nós tentamos mesmo é que as pessoas
sejam mais felizes."
Segundo Helder Araújo, presidente do Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos, localizado na Vila Prudente (zona leste), a Paraolimpíada
serviu para divulgar a prática
do esporte que é desconhecida
por muitos deficientes.
"Nós tivemos um aumento
considerável de 20% na procura, mas muitas pessoas ainda
não sabem que podem praticar
esportes". A instituição oferece
gratuitamente a prática de esportes como judô, natação,
atletismo, goalball (tipo de
handball para deficientes visuais) e futsal.
Sobram vagas
A falta de divulgação não é a
única razão para a baixa procura da prática de esportes por
deficientes em São Paulo. Superproteção das famílias com
as pessoas com deficiência, dificuldade com transporte até o
clube e desilusão são algumas
das causas, segundo o presidente do Clube dos Paraplégicos de São Paulo, João Antônio
Bentim, que oferece dez modalidades de esportes adaptados a
400 pessoas, mas apenas metade das vagas está preenchida.
O clube completa 50 anos de
fundação este ano e está localizado na Vila Clementino (centro), onde oferece dez modalidades para deficientes.
A 700 metros dali, a sede central da AACD (Associação de
Assistência à Criança Deficiente) utiliza o esporte como parte
do processo de tratamento do
paciente, depois de triagem e
atendimento médico. O esporte é desenvolvido inicialmente
como uma terapia, mas, identificados os talentos, esses pacientes passam a treinar como
atletas e a participar de competições paradesportivas.
Na associação, os deficientes
precisam passar por uma fila de
espera que totaliza 32 mil pessoas nas oito unidades espalhadas pelo país.
A ADD (Associação Desportiva para Deficientes) ensina
esportes a 130 crianças e 60
adultos. As modalidades incluem basquete adaptado, natação, atletismo e ciclismo para
deficientes visuais, praticado
em bicicleta dupla com guia.
A entidade trabalha tanto
com pessoas que buscam condicionamento físico quanto
com atletas, como é o caso do
nadador mineiro Daniel Dias,
ganhador de nove medalhas na
Paraolimpíada de Pequim, sendo quatro de ouro.
A Secretaria Municipal da
Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida tem em seu
site (http://tinyurl.com/
44rcgz) uma lista de organizações que prestam serviço para
deficientes. Segundo o órgão,
20 organizações têm o esporte
como foco principal.
Basquetebol sobre rodas, voleibol sentado, atletismo, tênis
para cadeirante, futebol, esgrima, natação, halterofilismo, tiro esportivo e polybat (tênis de
mesa lateral) são algumas das
opções para quem deseja se
exercitar.
(GL, MM e RA)
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