São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

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PM se une a moradores e ergue única biblioteca de bairro da zona sul de SP

CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um cômodo de 40 m2, cercado por paredes coloridas com grafites, faz parte da paisagem do Jardim Ranieri, zona sul de São Paulo, desde agosto do ano passado. Dentro, 7.000 livros doados pela comunidade, que também ofereceu material de construção e mão de obra para erguer o que hoje é a biblioteca da base local da Polícia Militar.
Ela funciona em terreno ao lado da base, antes ocioso. Duas voluntárias fazem o atendimento e os 22 PMs da base gerenciam o projeto.
É a única para uma população de 52 mil habitantes, que, até então, tinha de se deslocar 12 km para retirar livros da biblioteca mais próxima, no bairro de Santo Amaro.
A base fica perto de três escolas estaduais -sem bibliotecas- e recebia queixas de pais que não tinham acesso à informação. "Havia evasão escolar, ociosidade, falta de local para fazer pesquisa, lan houses clandestinas", listou o sargento Milton Silva, comandante da base.
O projeto, finalista no prêmio Vivaleitura, dos ministérios da Educação e da Cultura, foi posto em prática sem verba do Estado. Quem o mantém em funcionamento são comerciantes e moradores da região -72 homenageados na placa da parede.
Silva estima que, dos cem atendimentos diários na base, 40 são de retiradas de livros na biblioteca, que hoje tem 1.789 usuários cadastrados. Há, ainda, 70 acessos diários à internet nos seis computadores do local.
Os gibis têm mais saída. São os favoritos de Jefferson Silva, 11, que também gosta de enciclopédias -"a parte de bichos". Ele fez ficha há dois meses e fez 72 retiradas.


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