São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

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Em Cumbica, mala terá de ser devolvida em até 18 min

Meta vale para voos internacionais; nos domésticos, espera será de 12 min

Mudança passa a valer a partir do ano que vem, diz órgão estatal; sindicato das empresas aéreas critica medida

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

A partir do ano que vem, a bagagem terá de chegar ao passageiro que desembarcar no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, em 12 minutos nos voos domésticos e em 18 minutos nos internacionais.
A meta, que prevê sanções às empresas que descumprirem o prazo, foi definida há um mês pelo Comitê de Facilitação de Voos, órgão dentro da Agência Nacional de Aviação Civil que inclui a Infraero (estatal que administra aeroportos) e a Aeronáutica.
O tempo vale da parada do avião à chegada da bagagem na esteira. A atribuição pelo serviço é dividida entre as empresas (do avião até a esteira) e a administração do aeroporto (na esteira).
Trata-se de algo "fora da realidade" frente à infraestrutura deficiente dos aeroportos, reagiu o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas. "Funcionaria na realidade de Munique, não em Guarulhos", afirma a entidade.
Hoje, um passageiro chega a aguardar mais de uma hora pela mala em Cumbica. Mas, em média, a demora é de 20 minutos em voos domésticos e de 30 nos internacionais, segundo a Infraero.
Não foi o caso do engenheiro Fernando Bello, 45, que na última terça-feira ficou das 10h40 às 12h20 diante da esteira, ao chegar de Miami. "Disseram que a mala estava passando pelo raio-X."
A meta atende aos indicadores de qualidade que passarão a ser exigidos pela Secretaria de Aviação Civil.
E está dentro do que preconiza a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo). A estatal pretende implantar a nova regra já no início do ano.
Quem exceder o prazo terá certa tolerância. Em voos domésticos, o tolerável é a espera de até 15 minutos; nos internacionais, de 24 minutos.
As empresas que descumprirem o prazo ou o extrapolarem com frequência receberão sanções, disse a Infraero ao comitê. O documento não especifica quais. A Infraero também pode ser instada a resolver problemas sob pena de autuação.
Quando Cumbica for gerido pela iniciativa privada, entregar a bagagem na hora, assim como outros serviços, contará no cálculo de pagamento que a concessionária receberá do governo.

QUEDA DE BRAÇO
A demora das bagagens é uma queda de braço entre Infraero e aéreas. A estatal diz que as empresas põem poucos funcionários no serviço.
O sindicato, por sua vez, critica, por exemplo, as esteiras velhas (as mesmas da inauguração de Cumbica, em 1984; a Infraero diz fazer manutenção constante) e a falta de espaço para os carrinhos que carregam as bagagens. A Secretaria de Aviação Civil não quis se pronunciar.



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