Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem

Bombeiros verificam estado de ônibus que colidiu com trem em Barueri

Uma pessoa morreu e 17 ficaram feridas ontem em uma colisão entre um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e um ônibus que levava 22 funcionários do banco Bradesco. O acidente ocorreu por volta das 8h em uma passagem de nível próxima à estação Antônio João, em Barueri (Grande SP).
A vítima fatal do acidente foi a analista de sistemas Janaína Andréia Viana Rodrigues, 25, que morreu no Hospital Central de Barueri. As informações são do delegado de plantão da polícia de Barueri Josias Teixeira de Souza, que ontem abriu inquérito para investigar o caso.
Por causa do acidente, o trecho entre as estações Barueri e Carapicuíba foi interrompido das 8h às 10h25. Segundo a CPTM, nesse horário circulam em média 60 mil pessoas em toda a linha B, que liga a estação Júlio Prestes, no centro de São Paulo, a Itapevi.
O delegado Souza suspeita de imperícia do motorista, que não teria notado ou teria ignorado o sinal luminoso, o sonoro, a placa sinalizando passagem de nível e o aviso de um funcionário da CPTM que estava no local.
Ele ainda não descartou a hipótese, no entanto, de os sinais terem falhado, apesar de todas as testemunhas ouvidas informalmente até agora afirmarem que eles estavam funcionando. Não havia cancela separando a rua dos trilhos dos trens.
Segundo a CPTM, a distância entre as estações Antônio João, próxima do local do acidente, e Santa Terezinha é de 1,5 km.
A companhia informou também que, 100 metros após o trem ter saído da estação Santa Terezinha, foi acionado o sistema de aviso, que dispara o sinal luminoso e sonoro na passagem de nível onde ocorreu o acidente.
Segundo o delegado Souza, o funcionário da CPTM responsável pela sinalização no local, Aparecido da Silva, afirmou que o motorista estaria olhando para o lado contrário ao do local onde estava um funcionário da companhia sinalizando a passagem da composição.
O motorista do ônibus, Jaci Barbosa de Souza, 43, está hospitalizado, em estado de choque. Sua mulher, Cilene, afirma que ele não pode ser acusado antes de ser ouvido. "É muito fácil, agora, colocar a culpa no motorista."
A empresa de ônibus Ipojucatur afirmou, em nota oficial, que só irá se pronunciar sobre o caso após a conclusão da perícia.
Na nota, a Ipojucatur afirma que Souza é funcionário da empresa há quase cinco anos e que presta serviços nesse itinerário há um ano. A empresa afirma que "não tem anotações em sua ficha empregatícia que o desabone".
Quatro passageiros que estavam no ônibus afirmaram que dormiam ou que não prestavam atenção na rua no momento do choque e que nunca notaram imperícia do motorista. O ônibus passava no local esporadicamente, para desviar do trânsito da rodovia Castelo Branco.
A CPTM informou, em nota oficial, que as evidências até agora apontam como causa do acidente a conduta do motorista de ônibus. Ainda segundo a companhia, o coletivo teria ultrapassado dois veículos que aguardavam, em parada obrigatória, a passagem do trem. A CPTM sustenta também que os procedimentos de segurança previstos em sua operação foram cumpridos.
O delegado Souza afirma que acidentes como esse não são comuns no local. "O que acontece mais são atropelamentos nos trilhos", diz.


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