CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE

Um objeto cilíndrico de cem quilos lançado por um avião militar AMX durante testes feitos pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial), caiu na terça-feira, em local errado e sem pára-quedas, em São José dos Campos (97 km de São Paulo).
Medindo dois metros de comprimento e 20 cm de diâmetro, o objeto estava programado para cair em uma área deserta.
Por uma falha no sistema de pára-quedas, acabou caindo entre duas plantações, de milho e feijão, em uma fazenda.
A peça, segundo o CTA, tem dimensões parecidas com a de um equipamento chamado carga útil, que vai ser transportado pelo veículo Sonda 3, que será lançado em dezembro no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Natal (RN).
A peça atingiu uma velocidade de 500 km/h e fez um buraco de cinco metros de profundidade. Segundo o proprietário da fazenda, José Cutrale, o objeto caiu por volta das 16h e logo foi retirado por caminhões e tratores do CTA. "Como a terra é fofa, por ser de turfa, a peça afundou, e eles (técnicos do CTA) tiveram dificuldades para retirá-la" disse Cutrale.
O acidente teria causado danos à plantação, segundo Cutrale. "Estou na época da colheita. Não é dinheiro que me interessa, e sim o feijão", afirmou.
O objeto estava programado para cair em uma outra propriedade, de Afonso Taira, onde há criação de gado e plantações de milho. A área foi sobrevoada na semana passada por helicópteros do CTA, que escolheu uma área para fazer o teste com o objeto.
"Eles pousaram aqui e pediram para a gente pedir autorização para o vizinho (Taira) para fazer teste com pára-quedas" disse Divino Severiano Lemes, arrendatário da fazenda Guilherme Sattelmayer, que fica vizinha ao local da queda. Lemes foi o único que afirmou ter visto o objeto cair na fazenda. O diretor do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), órgão ligado ao CTA, Mozart M. Louzada, disse que o objeto caiu no lugar certo e que a operação havia sido informada aos moradores da região. Para ele, ninguém correu risco com o lançamento do objeto.



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